Prefeitura de Vitória

Vitória promove mais uma importante ação voltada aos cuidados das crianças com características do transtorno do espectro autista  e se torna a primeira cidade do Espírito Santo a ofertar o  programa "Treinamento de Habilidades para Cuidadores" (Caregivers Skills Training - CST- em inglês).

Nesta segunda-feira (24), a Prefeitura de Vitória iniciou o treinamento com seis profissionais de saúde que atuam na região de São Pedro, em parceria com o Instituto Ico Project, do Paraná.

O programa  "Treinamento de Habilidades para Cuidadores (Caregivers Skills Training - CST- em inglês) é voltado a cuidadores de crianças com idade entre 2 e 9 anos, com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. O CST, como é internacionalmente conhecido. Esse é  um treinamento de habilidades parentais da Organização Mundial de Saúde (OMS).

"Dentre os compromissos da nossa gestão, apoiar treinamentos para nossos profissionais e apoiar nossas famílias são prioridades. Dessa forma, estamos muito felizes em participarmos desse programa, que, com certeza, trará muitos frutos para nossa população", declarou a secretária de Saúde de Vitória, Joanna De Jaegher.

Neste primeiro momento, profissionais de saúde da capital serão capacitados de forma simultânea. O processo começará pelas unidades de saúde da região de São Pedro e depois se estenderá para todas as unidades de Vitória. Isso porque a metodologia desenhada pelo projeto busca se adaptar aos mais diversos contextos econômicos e sociais.

"Esperamos, com esse programa, melhorar a comunicação e interação da família com a criança, além de integrar uma rede de apoio entre as famílias do território em que elas estão inseridas ", explica a diretora do Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Caps i) e coordenadora do Programa CST em Vitória, Sílvia Ávila Lobo Rodrigues.

Para a promotora de Justiça do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) e primeira-dama de Vitória, Paula Pazolini, ter a capital como uma das cidades escolhidas pelo Instituto para receber esse programa é motivo de muito orgulho. "Me sinto privilegiada por Vitória ter sido uma das quatro capitais do Brasil escolhidas para participar desse programa, sendo a única da região sudeste, vencendo Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. Queremos fazer o pudermos por essas famílias, construir pontes e caminhos de inclusão", declarou.

A fundadora do Instituto Ico Projects, Elyse Matos, ressaltou que a escolha da cidade de Vitória como um dos quatro municípios do Brasil a receber esse projeto no momento deve-se principalmente ao envolvimento que as cidades vêm demonstrando à causa do autismo. "Nós adaptamos o programa da OMS à nossa cultura e envolvemos a Universidade Federal do Paraná para obtermos a validação da comunidade científica. Além disso, a OMS foi sensível à realidade do Brasil e, por isso, não é necessário o diagnóstico em TEA para que a família entre no programa, sendo suficiente a identificação de atraso no desenvolvimento da criança", explicou Elyse.

Dentre as profissionais que estão participando do treinamento, a assistente social do Caps infantojuvenil Fabiola Nascimento dos Santos destacou a expectativa com essa capacitação. "Enquanto cuidadores, os pais precisam ser orientados e cuidados também, uma vez que eles desempenham um papel muito importante no cotidiano dessas crianças. Esse momento traz muita gratificação e expectativa pelos novos conhecimentos", afirmou.

O programa estabelece encontros presenciais em grupos de famílias e também visitas domiciliares. A ideia é que ele possa se adaptar às demandas e ao contexto familiar dos envolvidos.

Ampliação do acesso

Vitória assinou contrato com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e Associação dos Amigos dos Autistas do Espírito Santo (Amaes), para prestação de serviços de atendimento e acompanhamento especializado ao paciente com transtorno do espectro do autismo (TEA).

"Ampliamos em 54% a oferta de consultas, passando de 44.628 consultas para 68.628, um aumento de 24 mil consultas ao ano, com um investimento de R$ 3,4 milhões", disse a secretária de Saúde, Joanna De Jaegher.

Os pacientes são atendidos por uma equipe multidisciplinar composta por médico, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social e têm atendimento e acompanhamento em reabilitação nas múltiplas deficiências, consulta médica especializada e aplicação de teste para psicodiagnóstico com avaliação psicológica.