Prefeitura de Vitória

Atalhos de teclado:

Setembro Amarelo: Vitória vai implantar linha de cuidado e prevenção ao suicídio

Publicada em

Por Maria Angela Siqueira, com edição de Matheus Thebaldi


A cada 40 segundos ocorre uma morte por suicídio no mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, que afirma, ainda, que o número excede ao de mortes por homicídio e guerras juntos. A maioria dos casos de suicídio ocorre entre os jovens, na faixa etária de 15 a 29 anos. Os números assustam e desafiam os gestores de saúde a implantarem uma rede de cuidado e prevenção voltada para garantir assistência a essas pessoas e seus familiares.

Diante desta realidade , o município de Vitória, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), trabalha a implantação imde uma linha de cuidado que amplie o acesso aos serviços de saúde, qualifique o cuidado a usuários com problemas relacionados ao suicídio e seus familiares. O objetivo é prevenir os casos e reduzir também os danos aos familiares.

“O suicídio é um problema de saúde pública e pode ser prevenido. Em Vitória, 90% dos casos de tentativas já são monitorados nos serviços da rede municipal de saúde, porque há um sistema de notificação próprio implantado e que abrange toda a rede de saúde do município e hospitalar”, explicou a psicóloga Danielly Alves Xavier, referência técnica do Programa Municipal de Saúde Mental.

Seminário

Danielly será uma das palestrantes do Seminário de Prevenção ao Suicídio, que ocorrerá nos próximos dias 23 e 24. O evento é organizado pelo Grupo de Trabalho de Prevenção ao Suicídio no Espírito Santo, formado por profissionais de saúde e segurança e com representação de 16 instituições, como UFES, Centro de Valorização da Vida, Conselho Regional de Psicologia, Rodosol, entre outros.

“A cada ano, milhões de indivíduos são afetados diretamente pelo suicídio e pelo luto, impactando famílias, locais de trabalho, escolas e outras instituições. Assim, é fundamental considerar que as mortes por suicídio podem e devem ser evitadas, tanto por meio de intervenções eficazes nas tentativas de suicídio, como através de ações de promoção e prevenção em todos os níveis de atenção à saúde”, pontua.

Danielly apresentará os dados municipais, o que Vitória já vem realizando para enfrentar essa realidade e sobre a linha de cuidado que está sendo planejada para fortalecer a rede de atenção.

“É importante enfatizar a atuação e responsabilidade dos gestores de diversas pastas em compor com as equipes técnicas para a real efetivação da Rede de Proteção e Cuidados com a Vida, priorizando os projetos que visam salvaguardar a vida humana”, explica.

Segundo ela, a ampliação de profissionais da área psicossocial na rede primária, a ampliação da cobertura do Programa de Saúde da Família, a ampliação do acesso a especialistas, como psiquiatras e psicólogos, a capacitação de profissionais, a garantia de acesso a fármacos, quando se fizerem necessários, são exemplos de como a saúde pública pode e deve se organizar para contribuir na prevenção de lesões autoprovocadas.

Rede de vigilância

Mas a rede de vigilância vai além. “São necessárias intervenções que envolvam além de profissionais da saúde, assistentes sociais, educadores, jornalistas, policiais militares e técnicos de extensão rural, além de trabalhadores e colaboradores de Organizações não-governamentais (ONGs), lideranças religiosas e comunitárias, entre outros. A ação conjunta dessas pessoas é o que constitui a rede de vigilância, prevenção e controle do suicídio”, ressalta.

Números
  • Mais de 80% dos casos de tentativas de suicídio ocorrem com mulheres
  • Mais de 50% das mulheres que tentam o suicídio são negras ou pardas
  • A faixa etária mais acometida nas tentativas de suicídio é de 15 a 49 anos.