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Serviços Socioassistenciais: caminhos para a autonomia e a realização de sonhos

Publicada em

Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Michelle Moretti


  • Erradicação da pobreza
  • Redução das desigualdades
  • Paz, justiça e instituições eficazes
  • Parcerias e meios de implementação

Foto Divulgação
hemernegildo

Para quem acredita que estar em situação de rua é sinônimo de fim da linha, precisa conhecer Hermenegildo Rodrigues, 53 anos, em situação de rua há quatro anos. Sua história é prova de que a rua também pode ser uma passagem para a realização de antigos sonhos. Hoje, Hermenegildo é dono da web rádio "Caratoira".

Hermenegildo contou que foi parar nas ruas em 2016, após conflitos familiares. Em 2018, foi alcançado pelo Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) e, pouco a pouco, sua vida voltou aos trilhos. A trajetória de saída da "invisibilidade" começou no Centro de Referência para Pessoa em Situação de Rua (Centro Pop) e, a partir daí, ele foi encaminhado para outros espaços de acolhimento institucional da Assistência Social, onde recebeu apoio social e psicológico para que seu maior sonho -- ser locutor de rádio -- pudesse florescer.

Mas ele foi além. Hoje, além de locutor, atua como produtor e diretor da própria rádio. "Minha rádio toca de tudo, todos os estilos musicais. O nome é uma homenagem ao bairro onde consegui me domiciliar: Caratoira", contou. Por anos, a Praça Costa Pereira e o posto de gasolina na esquina da Avenida Beira-Mar foram seu território de sobrevivência.

Ao ser questionado sobre a sensação de ter realizado o sonho, Hermenegildo foi direto: "Hoje estou no trono. Eu era um lixo. Achava que não tinha jeito para nada. Mas sempre tive meu sonho. Quando estamos em situação de rua, não somos valorizados."

Ele destaca que o apoio recebido foi fundamental: "Graças ao Centro Pop consegui minha documentação. Depois fui para a hospedagem noturna, recebendo todo o suporte. Já estive no Abrigo Institucional de Adultos e Famílias (Abrigo 1), onde fiz cursos de gastronomia e garçom. Segui todos os encaminhamentos das equipes e me levantei rápido. Aqui, no Abrigo PSR (para Pessoa em Situação de Rua), me ajudaram a me reerguer ainda mais."

O processo, no entanto, não foi fácil. "Tem regras, mas consegui me adaptar ao ambiente coletivo. Entendi o que era necessário para superar essa condição. Não posso querer tudo de uma vez. É um dia de cada vez", disse. Hoje, domiciliado, ele vai ao Abrigo PSR apenas para o acompanhamento destinado a quem conquistou autonomia e já tem um lar -- seja com a família ou sozinho.

A transformação foi profunda: "Depois que acessei os serviços da Assistência Social de Vitória, passei a ter uma nova visão e um novo caráter. Nunca mais fiquei 'doidão'. O Abrigo PSR é minha segunda casa. Aqui encontrei paz e conheci pessoas. Agora, quero ter uma família. Fico emocionado. Já consegui um emprego e sei que meu dia vai chegar", afirmou.

A gerente de Proteção Especial de Alta Complexidade, Anacyrema Silva, informou que atualmente 210 pessoas estão acolhidas em um dos seis serviços institucionais de Vitória. Nestes espaços, os atendidos participam de oficinas, podem ser inseridos na Educação de Jovens e Adultos e recebem acompanhamento psicossocial.

Para a secretária de Assistência Social, Soraya Manato, histórias como a de Hermenegildo reforçam a importância e a eficácia das políticas públicas da Assistência Social, além de evidenciarem a excelência do trabalho realizado pelas(os) profissionais do Sistema Único da Assistência Social (Suas) e de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) no atendimento a famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade.