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Professora lança livro com personagem inspirada em estudante de Vitória
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Por Brunella França, com edição de Andreza Lopes
A ideia de que meninas negras nascidas na periferia podem concretizar sonhos no balé, e em todas as outras danças em suas vidas, sem que sejam vistas com racismo, preconceito de gênero ou classe social. Essa é a principal mensagem do livro "Sambalé de Sophia Loren", livro escrito pela professora da Educação Infantil Andrea Pereira.
A obra é inspirada na vida de Sophia Loren Gomes Costa, hoje matriculada na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) São Vicente de Paulo, mas que foi atendida quando criança pelo Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Carlita Corrêa Pereira, na Piedade. O livro foi lançado neste sábado (25), com a participação da estudante, que fez uma apresentação de balé e outra de samba na unidade de ensino.
"O livro baseia-se em uma menina preta, sambista mirim capixaba, charmosa e graciosa ao sambar e que também faz balé. Sophia Loren foi a minha inspiração quando a vi passar em frente à minha casa vestida de bailarina. Foi então que pensei: por que outras meninas pretas também não poderiam fazer balé? Em entrevista com a Sophia, pude perceber que ela também havia sido inspirada por uma moça bailarina, que dançou no Cmei Carlita, em um de nossos projetos, naquela época, o Circo", contou a autora.
Foi no Cmei que a pequena Sophia se identificou, sonhou e segue com o apoio de sua família sua carreira no balé clássico. Mas também não deixou de lado suas raízes no samba. Ano passado, o projeto institucional da unidade de ensino "Cor, Igualdade e Arte" acabou aproximando a professora Andrea da escritora e Integrante da Comissão de Estudos Afro-brasileiros (Ceafro) e da Comissão de Educação das Relações Étnico-Raciais (Cerer) da Seme, Noélia Miranda, e da assessora pedagógica juntamente com Aline Locatel, que incentivaram e apoiaram a docente a seguir com suas ideias e planos do livro.
"O livro diz que devemos conquistar e estar em todos os espaços que sonharmos, desejarmos e que possamos ter autoestima, o respeito, o amor-próprio e o reconhecimento de si, do outro, como preto e tendo orgulho de si, da sua identidade. No livro, a Sophia Loren foi reconhecida por sua contribuição no mundo da arte, da dança, ocupando o seu espaço, sentindo-se inserida onde quis, independente da sua cor da pele, ou condição social, sendo ela também um ser transformador, inspirando outras meninas e pessoas que se sintam excluídas e injustiçadas socialmente", afirmou a professora.
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Orgulho
Atualmente, a educadora faz parte da equipe do Cmei Ernestina Pessoa, localizado no Centro de Vitória. A diretora do Cmei Carlita, Maria Luiza Martins, destacou o orgulho para a unidade de ensino de ver lançada a obra escrita pela professora.
"Andrea Pereira é uma professora muito simples, de um coração gigante e uma criatividade enorme. Moradora da Piedade, trabalhou em nosso Cmei por 27 anos, desde a sua fundação. Este ano que ela foi para o Cmei Ernestina Pessoa, pois nossa unidade de ensino se tornou de tempo integral. Já é aposentada em uma cadeira na PMV, mas com uma disposição de menina. Foi um orgulho muito grande abrir as portas da escola, no sábado, junto com a comunidade, para recebê-la como escritora. Todo nosso reconhecimento é para ela!"
