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Plano de Manejo do Parque da Fonte Grande visa proteção e recreação responsável
Publicada em 18/10/2024, às 14h00 | Atualizada em 18/10/2024, às 14h24
Por Maya Dorietto (modoriettoeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes
Uma das mais importantes áreas de preservação da capital capixaba, o Parque da Fonte Grande, terá o seu Plano de Manejo atualizado. O documento é um plano de gestão com normas que regulam o funcionamento da unidade de conservação, e seu objetivo é atualizar os estudos ambientais da fauna, flora, relevo, solos e uso público.
O secretário de Meio Ambiente de Vitória, Tarcísio Föeger, destacou a relevância da revisão, apontando que o atual plano, de 1996, já está defasado e precisa se alinhar com as novas legislações ambientais, incluindo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), criado pela Lei Federal Nº 9.985/2002.
"Queremos propor um planejamento que direcione as ações a serem implementadas para a conservação integral do parque, observando sempre a legislação ambiental atual e os objetivos de proteção e uso público estabelecidos em seu instrumento de criação", explicou Föeger.
A atualização dos estudos ambientais possibilitará uma visão mais precisa da situação atual do parque, proporcionando bases sólidas para ações de proteção e preservação que atendam às demandas modernas de conservação.
Preservação e uso sustentável
A modernização do Plano de Manejo traz impactos diretos na preservação ambiental e no uso sustentável da área. "O impacto será muito relevante para a reorientação da gestão do parque, com base nas novas informações obtidas no diagnóstico ambiental. Este diagnóstico atualizou, de forma positiva, o status de conservação da fauna, flora e recursos hídricos, estabelecendo um novo zoneamento ambiental", afirmou Föeger.
Esse novo zoneamento não apenas introduz normas mais robustas de proteção, mas também orienta o uso público do parque para fins ecoturísticos, permitindo que a população desfrute do espaço natural de forma responsável, sem comprometer os atributos ambientais do local.
Um dos grandes desafios do novo plano é conciliar o uso recreativo do parque com a preservação ambiental. Para isso, Föeger explica que o zoneamento foi cuidadosamente planejado para indicar as áreas apropriadas para o uso recreativo em contato com a natureza. "O Plano de Manejo possui Programas de Uso Público que respeitam as normas de preservação e as características ambientais do parque", garantiu o secretário.
Espécies ameaçadas e desafios de conservação
Os estudos realizados também identificaram a presença de espécies ameaçadas no parque. O secretário destacou algumas dessas espécies, como a Amphisbaena nigricauda (cobra-de-duas-cabeças), classificada como "Em Perigo" pelo ICMBio e no Espírito Santo em 2022, e a Bothrops bilineatus (jararaca-verde), classificada como "Criticamente em Perigo" no estado. Outra espécie importante é a Lachesis muta (surucucu-pico-de-jaca), também considerada "Criticamente em Perigo" no Espírito Santo.
Entre as aves, a Procnias nudicollis (araponga), classificada como "Vulnerável" no Espírito Santo, foi uma das encontradas. O levantamento revelou ainda a presença de uma espécie rara de morcego, a Lampronycteris brachyotis, que possui poucos dados disponíveis e cuja presença no parque reforça a necessidade de incentivo à pesquisa científica. "Esses achados mostram a importância da preservação desses ecossistemas e da continuidade dos estudos", enfatizou Föeger.
Próximos passos
A Semmam planeja implementar o Plano de Manejo assim que ele for publicado, com um robusto Plano de Monitoria e Avaliação já estruturado. "Essa monitoria permitirá uma retroalimentação constante do planejamento, com revisões pontuais realizadas pela equipe técnica", afirmou o secretário, destacando a flexibilidade do plano para se adaptar a novas descobertas ou necessidades.
Föeger também mencionou que, além da implementação, não estão descartadas novas etapas de consulta pública ou processos de participação social. "A participação da sociedade é fundamental, pois estamos lidando com um patrimônio de todos. Queremos garantir que as ações atendam às expectativas da comunidade", disse.
Execução das propostas e expectativas futuras
O novo Plano de Manejo prevê um cronograma de execução para os próximos cinco anos, com prazos definidos e prioridades para cada programa e subprograma. Segundo Föeger, "o impacto esperado é bastante positivo, tanto do ponto de vista ambiental quanto social".
"O diagnóstico ambiental nos permitiu atualizar informações importantes sobre a cobertura florestal e a fauna do parque, que, apesar das pressões geradas pelo adensamento urbano em seu entorno, ainda apresenta um bom estado de conservação. Isso demonstra a importância do parque para a manutenção de serviços ambientais, como o controle de processos erosivos dos solos e a recuperação da cobertura florestal", detalhou.