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Mostra sobre a história do Theatro Melpômene em cartaz na Fafi
Publicada em 30/11/2018, às 07h00
Por Melissa Künsch, com edição de Matheus Thebaldi

A Escola Técnica de Teatro, Dança e Música Fafi hospeda até o dia 3 de janeiro de 2019 a exposição "Revivendo o Melpômene", que conta a história do imponente teatro que brilhou na praça Costa Pereira, no Centro, no início do século passado. A mostra fica em cartaz de segunda a sexta-feira, das 8 às 20 horas, e aos sábados, das 8 às 12 horas.
O Theatro Melpômene foi um dos destaques culturais de Vitória entre os anos de 1896 e 1924. Além de ponto de encontro da sociedade capixaba, o teatro recebia peças, óperas e musicais e exibia filmes. No entanto, toda essa história ruiu quando, em 8 de outubro de 1924, o local pegou fogo durante a sessão de um filme. Em 1925, o teatro foi demolido.
Projeto
O projeto é coordenado pela cenógrafa, atriz e figurinista Colette Dantas, que reuniu uma equipe multidisciplinar de profissionais das áreas de teatro, arquitetura, ciências sociais, história, comunicação e design para uma pesquisa histórica e iconográfica de reconstrução das memórias desse importante precursor dos equipamentos culturais da cidade.
Os resultados dessa pesquisa são apresentados em diversas plataformas: um livro, uma exposição (com maquetes física e eletrônica, fotos, plantas originais e redesenhadas), uma intervenção cênica e um website, lançados em setembro de 2017, em projeto realizado com recursos da Lei Rubem Braga.
História

O Theatro Melpômene foi o 1º teatro à italiana de Vitória, inaugurado em 1896, na praça Costa Pereira, e demolido em 1925, um ano após sua interdição.
O projeto arquitetônico foi desenvolvido por Felinto Santoro entre 1895 e 1896. A fachada era toda modulada em painéis de madeira, com colunas metálicas sustentando os camarotes, posteriormente aproveitados no Theatro Carlos Gomes. Tinha uma tipologia típica de um teatro italiano neoclássico, com plateia em ferradura e ordens de camarotes, frisas e balcão.
Foi a primeira edificação de Vitória a ter luz elétrica, fornecida por gerador próprio. Recebia uma diversidade de atrações, principalmente espetáculos cênicos. Exibiu a primeira sessão pública de cinema em 1901 e instalou no espaço um dos primeiros cinemas da cidade.
Em 8 de outubro de 1924, durante a sessão do filme “Ordens Secretas”, um princípio de incêndio na cabine de projeção levou o público a um pânico destruidor. Parte da escada destinada ao público do balcão cedeu ao peso da multidão em pânico. O incêndio foi controlado, mas dois mortos e dezenas de feridos foram o resultado da tragédia, que levou ao fechamento das portas da casa de espetáculos.