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Metros de afeto: estudantes escrevem carta para colega em tratamento de câncer

Publicada em 05/08/2022, às 16h35 | Atualizada em 05/08/2022, às 16h49

Por Brunella França, com edição de Andreza Lopes


  • Educação de qualidade

Foto Divulgação
Emef JLM - Carta
Carta feita por estudantes da Emef TI José Lemos de Miranda para colega que está em tratamento de saúde. (ampliar)

O afeto tem medida? Às vezes, sim. Três metros de carta de uma turma, um metro quadrado de outra. Os estudantes do 5º ano A e B da Escola Municipal de Ensino Fundamental em Tempo Integral (Emef TI) José Lemos de Miranda, em Comdusa, se uniram para formar uma rede de apoio e afeto a um colega que muitos deles conhecem desde o Cmei e com quem estudam desde o 1º ano. O estudante, que a família pediu para não ter o nome identificado, está passando por um tratamento de leucemia. Por isso, está ausente das aulas.

Na tarde desta sexta-feira (05), a diretora da unidade de ensino, Carla Ramos Ogioni, esteve presente no horário de visitas levando consigo as duas turmas do 5º ano, por meio das cartas, com saudações, mensagens, desenhos, e todo o carinho de 43 estudantes e da equipe escolar, especialmente para o menino.

Apesar das mensagens diversas e escritas individuais, o pensamento é o mesmo: o desejo da cura e de que o estudante volte o mais breve possível para a escola. "Ele é meu melhor amigo, muito divertido e alegre. Quero que ele volte logo", afirmou a estudante Thais Victoria Vasconcelos Lombardi.

"Senti muita tristeza com a notícia, chorei muito. Mas tenho fé em Deus que ele volta logo", disse a também estudante Yasmin Stephany Santos Teixeira.

Antes de deixar a escola, a diretora Carla reuniu as turmas de colegas do estudante e, juntos, eles fizeram uma oração para o amigo. No hospital, ao receber o afeto dos colegas, o desejo do estudante é se recuperar e retornar para abraçar os amigos.

Foto Divulgação
Emef JLM - Carta
Estudantes da Emef TI José Lemos de Miranda fazem oração pelo colega que está em tratamento de saúde. (ampliar)

"O encontro com ele foi fenomenal, uma criança maravilhosa, super positiva. Ele ficou super ansioso para ler tudo, para saber de tudo. Ele é brincalhão, alegre e disse que em breve, o mais rápido possível, estará na escola de novo. A mãe está super grata, ela sabe que a minha visita representa toda a escola. Os presentinhos dos colegas, as mensagens positivas, a fé, a oração, a força vão auxiliar o filho dela no tratamento e era isso que ele precisava", contou a diretora.

Rede de afeto na escola

Primeiro, veio o susto e a dificuldade de lidar com a situação: um amigo, colega de turma, precisou se afastar das aulas para fazer um tratamento contra um câncer, a leucemia, que se caracteriza pela perda de função e divisão desordenada dos glóbulos brancos ou leucócitos, que são as células responsáveis pela defesa do nosso organismo.

"Quando souberam que o colega estava com câncer, mesmo sabendo da possibilidade de cura, eles ficaram desesperados, chorando, na hora do almoço alguns nem tiveram mais apetite, deixaram de comer. Como a gente é uma escola integral, eles ficam o dia todo aqui, são um pouco nossos também. Então, no horário de descanso do almoço, a gente se organizou com a equipe do CTA (corpo técnico e administrativo) junto com os professores para conversar com eles a respeito da necessidade de transmitir energia positiva, pensamentos positivos, fé, orações, para facilitar o processo de cura", contou a diretora Carla.

Muitos dos colegas de turma e amigos do estudante o conhecem desde os tempos da Educação Infantil. E foi deles, dos estudantes, que partiu a iniciativa de registrar em cartas o quanto o colega é querido e, a partir de então, o pensamento nas turmas é um só: ele vai voltar para a escola.

"Quando eu mencionei que tinha um horário de visita, os estudantes se organizaram para fazer as homenagens. Entregamos a eles folhas de papel e cada um, individualmente, foi escrevendo, desenhando, bem colorido. E resolvemos fazer uma carta métrica para ele. Uma das cartas tem três metros de comprimento e a outra um metro quadrado. Eu fiz a entrega, porque as visitas são limitadas, mas representando a escola toda. A gente espera que esse cuidado, esse carinho, essas palavras positivas possam auxiliar na cura", desejou a diretora.


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