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Idosos de Vitória dizem "não" à violência em caminhada e atividades na capital
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Por Ludmila Pecine, com edição de Matheus Thebaldi
Idosos de Vitória foram para as ruas nesta sexta-feira (15) para dizer "não" à violência. Para marcar o Dia Mundial de Combate à Violência contra a Pessoa Idosa, foram realizadas ações de mobilização e lazer pelos Centros de Convivência para a Terceira Idade de Vitória em quatro bairros da capital.
Em Maria Ortiz, a caminhada contou com a presença de idosos, crianças e adolescentes. Maria das Graças de Oliveira, 63 anos, foi uma das idosas que participaram da VI Caminhada contra a Violência ao Idoso do Centro de Convivência da Terceira Idade de Maria Ortiz. "Acho muito válida essa caminhada, pois queremos chamar a atenção da sociedade para a necessidade de respeitar os direitos dos idosos", disse Maria das Graças, que frequenta o Centro de Convivência da Terceira Idade da região há um mês.
Em Jardim Camburi, além das orientações para que as pessoas denunciem os tipos de violência, foi realizada aferição de pressão na feira livre do bairro pela manhã. "Essa ação educativa é muito importante para a sociedade. Infelizmente, existem muitos casos de agressão contra os idosos. Por isso, é importante que a população e os próprios idosos conheçam os seus direitos para se prevenir e denunciar", disse Maria Juarita de Macedo Mota, 70 anos, participante do Centro de Convivência de Jardim Camburi.
Pela manhã, o Centro de Convivência do Centro promoveu, na Praça Costa Pereira, panfletagem educativa, exibição de teatro e vídeos sobre o tema. Durante a tarde, o Conselho Municipal do Idoso de Vitória promoveu uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Vitória com o tema "Violência contra o idoso: um desafio para o poder público e a sociedade".
Para a coordenadora dos Centros de Convivência para a Terceira Idade de Vitória, Fátima Trevas, é fundamental que o idoso entenda os tipos de violência para se prevenir e denunciar os maus-tratos. "Quando o idoso percebe que a violência pode ser física, verbal, psicológica ou até exploração financeira, ele fica resguardado para procurar os órgãos competentes para denunciar", destaca.
Dados
Em dois anos de funcionamento, os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) atenderam cerca de 336 pessoas idosas vítimas de violência. Os dados revelam que a maior parte das vítimas é de mulheres, que são 70% do total de atendimentos.
Do total de vítimas, 39% têm entre 70 e 80 anos e 28%, entre 80 e 90 anos. Os dados também revelam que 59% moram com filhos e netos e 18% moram sozinhos.
Entre os principais tipos de violência praticada, estão negligência (24% dos casos); violência psicológica (21%); violência financeira (15%); violência física (19%); abandono, maus-tratos e cárcere privado, que representam 6% do casos. Atualmente, cerca de 177 idosos ainda são acompanhados pelos Creas .