O Centro de Convivência do Centro de Vitória, equipamento da Secretaria de Municipal de Assistência Social (Semas), celebrou, nesta segunda-feira (7) a consolidação da parceria inédita e inovadora entre aquela unidade da Assistência Social e a Escola Técnica de Teatro e Dança Fafi. A medida abriu espaço para ampliar a oferta de oficinas e, o melhor de tudo, a criação dois novos grupos de convivência: um dedicado à adolescentes (o Projovem) e outro para adultos. Além de acolher munícipes atendidos nos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) e no Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas) daquele território.
A coordenadora do espaço, Karine Juvêncio, contou que a ideia surgiu a partir de uma demanda concreta apresentada por alguns familiares e responsáveis de participantes de atividades na Fafi, que demonstraram interesse em ter acesso a atividades de convivência, para preencher o tempo em que aguardavam o fim das aulas dos filhos e netos.
"De forma planejada e sensível, unimos esforços entre a Semas e a Secretaria de Cultura para acolher também esses responsáveis, fortalecendo o vínculo intergeracional e ampliando o impacto da política pública. Quando os serviços atuam em rede, quem ganha é o território e, sobretudo, as pessoas", enfatizou a coordenadora Karine.
Como acontecia com a vigilante e pedagoga em formação Angelita Meyrelles, mãe de Eloah Victória, de 9 anos, que faz aulas de balé na Fafi desde os sete anos de idade. logo após ouvir as orientações sobre o funcionamento do Centro de Convivência, ela já se inscreveu no serviço para participar dos grupos e das oficinas de pintura e bordado.
"Me senti acolhida desde o primeiro momento. Me sentia invisível na cidade. Ficava do lado de fora esperando o fim das aulas de balé sem fazer nada. Ficava ociosa. Agora, já estou frequentando a biblioteca da Fafi e, agora, com a oferta deste grupo meu tempo estará preenchido e vou conviver com outras pessoas", comentou Angelita.
Outra que estava radiante com a oportunidade era a dona de casa Adelina Alves Passos. "Estarei sempre ativa, com minha agenda cheia", falou com ar de mulher empoderada. Ela contou que três vezes na semana leva a neta para as aulas de balé na Fafi e ficava, pelo menos, duas horas "à toa". "Neste primeiro encontro já estou amando o grupo. Estou me sentindo bem. Só tenho dúvidas sobre quais oficinas vou participar diante de tanta oferta", expressou Adelina.
A parceria deixou animada também a gerente da Fafi, Fátima Rodrigues Burzlaff, e a psicóloga do Cras Centro, Diana Nascimento Freire. "A parceria ganha dimensão quando é feito um trabalho conjunto. A intersetoralidade possibilita um trabalho integral. É muito prazeroso fazer este trabalho conjunto, o que possibilita ofertar coisas novas. Estamos unindo forças", disse a gerente da Fafi.
As palavras de Fátima fazem coro com a de Diana, que enfatizou a importância do trabalho articulado com o serviço de convivência, fazendo a completude do trabalho do Paif. "Vamos ter uma complementação do Paif. Nossos atendidos vão ter um ganho de qualidade de vida, promoção do fortalecimento de vínculos, contribuindo para o fim do isolamento de alguns", disse ela.
A gerente de Serviços de Convivência da Semas, Cristina Silva, disse que aquele momento representava um marco histórico para a cidade. O novo grupo receberá 11 usuários encaminhados pelo Cras, somando aos já 51 participantes de diferentes grupos e respondendo diretamente às necessidades do território. Além disso, uma nova articulação com o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) do Centro permitirá a criação de um grupo voltado a juventude, atendendo outras demandas sociais urgentes.
A secretária de Assistência Social, Soraya Mannato, descreveu como fundamental as articulações de todas as políticas públicas para dar contas das demandas das famílias em situação de vulnerabilidades.