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Biblioteca Joaquim Beato é inaugurada com emoção no Mucane
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Por Leo Vais, com edição de Matheus Thebaldi
Emoção. Essa foi a palavra que definiu a noite da última quarta-feira (23), na inauguração da Biblioteca Joaquim Beato, localizada no Museu Capixaba do Negro "Veronica da Pas" (Mucane), um espaço que tem o objetivo de dar maior visibilidade à importância da cultura dos negros e à sua influência no Brasil.
O prefeito de Vitória, Luciano Rezende, participou da solenidade e falou da homenagem a Joaquim Beato, professor que dá nome à biblioteca. "É importante nós trazermos todas as crianças, de todas as etnias, para conhecer este espaço e para saber que um dia um negro foi senador, professor e filósofo, e que estamos homenageando um dos maiores capixabas e um grande brasileiro".
O prefeito também ressaltou a importância de um espaço voltado para a valorização da cultura afro e combate ao preconceito. "Enquanto nós não tivermos a população negra, e todas as etnias, no mesmo tamanho, ainda haverá necessidade de fazer reparação nessa 'mancha' que considero uma das mais tristes da humanidade".
A secretária municipal de Cultura, Ana Laura Nahas, destacou a importância do Mucane e da recém-inaugurada biblioteca. "Estamos trabalhando muito para que o Mucane seja um espaço de movimentação e referência da cultura negra. E, para nós, a biblioteca é um fator decisivo para essa consolidação".
Família
Estavam presentes no evento o gerente executivo do Instituto Sincades, Dorval de Assis Uliana, o subsecretário de Estado da Cultura, José Roberto Santos Neves, membros do Conselho Gestor do Mucane e familiares de Joaquim Beato, com destaque para a sua esposa, Vitória, que considerou a biblioteca como uma extensão da sua casa.
Encerrando a programação, a banda de congo Vira Mundo, do mestre Renato Santos, que explicou um pouco mais sobre o ritmo e apresentou três canções que enaltecem a beleza da cultura capixaba.
Biblioteca Joaquim Beato
A Biblioteca Joaquim Beato é um espaço para a população afrodescendente e público em geral voltado para o desenvolvimento do saber, com políticas de ações afirmativas de reparação, de reconhecimento e de valorização da história da cultura dos negros. O nome foi escolhido após votação.
O espaço conta com 443 títulos, que tratam desde o racismo e as religiões de matriz africana até a literatura contemporânea de autores como Mia Couto. A proposta é atender a uma demanda diversificada de estudos das relações étnico-raciais no que se refere ao trabalho educativo sobre o antirracismo no Brasil.
O espaço é uma parceria da Prefeitura de Vitória, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Semc), e do Instituto Sincades. O local funciona de terça a sexta-feira, das 9 às 12 horas e das 13 às 17 horas, na sede do Museu Capixaba do Negro, na avenida República, 121, Centro.
