Banco Bem: 4 anos desenvolvendo a economia de oito bairros de Vitória
Publicada em
Por Suzana Tatagiba, com edição de Deyvison Longui
Com a colaboração de Shamylle Alves
Sérgio Cardoso
Desde que começou a funcionar, em outubro de 2005, o Banco Bem já emprestou mais de 490 mil reais e beneficiou 501 pessoas
"Nosso banco vai se chamar Banco Bem, porque vai gerar um enorme bem para nossa comunidade". Com essa frase, Zilda Rodrigues, moradora do bairro São Benedito, deu nome ao banco. Ela, como muitos outros naquela época, apenas sonhava com os benefícios que tal iniciativa iria gerar à comunidade.
Passados 4 anos, o Banco Bem vem contribuindo para mudar a realidade econômica dos moradores de oito bairros da capital.
Desde que começou a funcionar, em outubro de 2005, o Banco Bem já emprestou mais de 490 mil reais e beneficiou 501 pessoas. Atualmente, circulam cerca de cinco mil moedas Bem nos comércios associados dos bairros da Poligonal 1: São Benedito, Consolação, Floresta, Jaburu, Itararé, Engenharia, Bairro da Penha e Bonfim.
Como funciona
O Banco Bem é um sistema integrado de crédito, produção, comércio e consumo. A instituição popular empresta, em dinheiro, valores para crédito produtivo e habitacional, e, em moeda Bem, para gastos com consumo.
A gestora do Banco Bem, Zenaide Costa Vazoler, ressalta que o empreendimento tem foco no desenvolvimento da comunidade. "O Banco Bem é ótimo para a comunidade, pois aquece a economia local. As moedas Bem fazem com que as pessoas comprem na própria região, fomentando assim a economia e o desenvolvimento local", explicou a gestora.
Em todos esses anos a Prefeitura de Vitória é parceira do CoopBem, cooperativa a qual o banco está ligado hoje. "A Setger foi um parceiro importantíssimo para o Banco Bem, pois o seu aporte financeiro, e de outras parceiras, nos permitiu ampliar o volume de crédito produtivo e habitacional para os moradores da comunidade", diz a coordenadora do CoopBem, Leonora Michellin Mol.
Arquivo PMV
O Banco Bem empresta, em dinheiro, valores para crédito produtivo e habitacional, e, em moeda Bem, para gastos com consumo
Ela também destaca o trabalho desenvolvido pela Prefeitura, por meio da Secretaria dos Trabalho e Geração de Renda, junto aos grupos de economia solidária existentes na região. "A Setger nos ajuda muito com sua assessoria técnica", finaliza a coordenadora do CoopBem, Leonora Michellin Mol.
Ideia
A idéia de construir o Banco Bem, em Vitória, surgiu em 2005 numa viajem feita pelos associados do Ateliê de Ideias ao Ceará. Em Fortaleza, eles conheceram o banco comunitário e perceberam que seria possível trazer a cultura da cooperação e a experiência de gerar trabalho e renda para o Espírito Santo.
A pedagoga Lucy Ana Nunes Borlot, da equipe técnica da Setger que acompanha desde o início a associação, ressalta a importância de tal iniciativa para as comunidades, tanto para o desenvolvimento local, quanto para o crescimento pessoal dos envolvidos no processo. "A prefeitura apoia os empreendimentos da Associação Ateliê de Ideias- que também integra a CoopBem -, por meio de orientações técnicas, financeiras e formação dentro dos princípios da economia solidária", explica Lucy.