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Atividade no Centro de Convivência leva idosos a observarem a própria história
Publicada em 26/05/2023, às 14h40 | Atualizada em 26/05/2023, às 14h44
Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes
Há quem diga que remexer no baú de memórias traz a sensação de nostalgia e tristeza. Para os usuários do Centro de Convivência da Terceira Idade (CCTI), localizado no Centro de Vitória, a exibição de fotos antigas da cidade trouxe a conexão com o passado e a alegria de poder compartilhar histórias e, principalmente, comemorar a passagem do tempo.
Uma delas foi a aposentada Regina Celle de Oliveira, de 68 anos. Para ela, revisitar o passado trouxe a sensação de bem-estar, felicidade e muitas risadas do tempo em que era chique caminhar pela Avenida Jerônimo Monteiro, andar em círculo na Praça Costa Pereira e dos áureos tempos dos clubes Álvares Cabral e Saldanha da Gama, do Teatro Carlos Gomes e Glória.
"Eu não fico triste vendo essas fotos. Se estou vendo é porque estou viva. Estou bem. Com saúde e muito feliz", disse Regina. Com largo sorriso no rosto e, fazendo questão de dizer que era aposentada com muito orgulho, fala com tranquilidade sobre o tempo passado.
"Eu vivi muito Vitória. Não posso reclamar. E a vida é um processo. Hoje, vivo ainda mais. Antes, eu vivi o centro em toda sua potencialidade. Hoje, vivo o centro, Jardim da Penha, Tabuazeiro, Maruípe, Fradinhos", comentou ela.
Ao ser questionada se não tinha saudades do fervor do centro da capital, Regina Celle é direta: não. Sem dar tempo para nova pergunta, a idosa complementa: "Eu vivo o CCTI Centro. Aqui, convivo com pessoas, interajo. Participo das oficinas e dos encontros dos grupos de convivência. Isso é muito importante para qualquer idoso".
A aposentada ousa em dizer que está vivendo a melhor fase de sua vida. "No passado, vivia na correria. Tinha dificuldade para manter o filho na faculdade. Trabalhava. Hoje, não tenho problemas. Tenho minha vida organizada. Filho casado, encaminhado. Minha nora está bem. Passeio e moro com meus dois filhos de quatro patas (gatos). Sou uma pessoa realizada. Adoro essa vida", explicou ela.
A exposição de fotos antigas no CCTI Centro aconteceu no 'Círculo de Memória - as mudanças no trânsito e na cidade' feita pela equipe de Projetos Sociais da Guarda Municipal de Vitória (GCMV). A ação é alusiva aos 10 anos da Campanha Maio Amarelo, que nesse ano traz o tema 'No trânsito, escolha a vida'.
Por meio de imagens históricas da cidade de Vitória, os agentes da Guarda Municipal revelam as principais mudanças que ocorreram no trânsito da capital e como devemos nos portar enquanto usuários das vias para contribuir na redução de mortes e acidentes no trânsito diante desse novo cenário.
Para a gerente de Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Semas, Cristina Silva, essas memórias coletivas tem importante função de contribuir para o sentimento de pertença do grupo com passado comum, que compartilha memórias. Ela garante o sentimento de identidade do indivíduo numa memória compartilhada, não só no campo histórico do real, mas sobretudo, no campo simbólico.
Ao conhecer a história da Regina Celle, a secretária de Assistência Social, Cintya Schulz, mais uma vez, parabenizou a equipe e ressaltou a importância de ações planejadas, coordenadas, conjuntas e intersetoriais nesse grande trabalho dos serviços de convivência de fortalecimento de vínculos familiares e comunitário, além da garantia de acesso a direitos.
"Refletir e compartilhar memórias das trajetórias das pessoas idosas usuárias dos nossos espaços é mais um elemento de grande valor. Isso impacta na vida dos nossos usuários fazendo com que se vejam como protagonistas de suas próprias histórias. Este encontro revela que o envelhecer é carregado de história vivas", comentou a secretária.
Cintya fez questão de ressaltar que no trânsito as maiores vítimas são motoqueiros e idosos, por isso tão importante trazer essa temática no mês de maio.