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Idosos comemoram aniversário de Vitória com música, histórias e fotos antigas
Publicada em 03/09/2015, às 17h57
Por Paula M. Bourguignon, com edição de SEGOV/SUB-COM


“Viver e não ter a vergonha de ver feliz. Cantar e cantar e cantar a alegria de ser um eterno aprendiz”. Com essa melodia de samba, do compositor Gonzaguinha, os idosos do Centro de Convivência da Terceira Idade (CCTI) de Jardim da Penha se apresentaram nessa quinta (3), para homenagear os 464 anos de Vitória.
No local, 250 idosos estiveram presentes para confraternizar e festejaram o aniversário da cidade com muita emoção e simpatia, além de curtir a apresentação de coral do grupo Sintonia, com a regência de Darlon Vaccari.
Participando há três anos no CCTI de Jardim da Penha Maria Alice Paranhos dos Anjos, 66 anos demostra total alegria em participar deste ambiente festivo:
“Para a terceira idade, aqui é muito bom: para a saúde, para evitar a depressão e compartilharmos dessa alegria. Aqui é uma família, pois criamos laços com pessoas que nunca tínhamos sonhado em conhecer”.
Recordações
Os idosos fizeram um registro escrito e fotográfico, relembrando como era a cidade, os pontos turísticos e as principais recordações em Vitória.
Com 80 anos, Inah Pedreira disse que Vitória tinha um verdadeiro sentido comunitário: “Nasci na Praia do Sua, onde fui criada. Era um bairro maravilhoso. Um fato da minha infância que me lembro é que se fazia a torta capixaba e todos levavam um pedaço de torta para o vizinho. A vivência de uma comunidade em que se compartilhava tudo. Outra coisa que me recordo é que pegava o bonde até a Praça Costa Pereira para estudar”.
Natural de Santa Tereza, mas em Vitória desde os seis anos, Maria Aparecida Leraif, 70, relembra histórias marcantes da sua trajetória de vida em Vitória:
“Eu me criei aqui em Vitória. Amava tudo. Meu pai nos trazia para Camburi. Mas ainda não existia a ponte. Vínhamos pela Ponte da Passagem. Aqui era tudo praia. Aqui brincávamos, pulávamos trampolim e pique-pega na rua ", contou.
Maria Aparecida lembra que a Reta da Penha só tinha calçada, mas não tinha nada em volta. "Eu vivi minha juventude brincando. Fui muito para baile no Alvares Cabral e havia muita diversão no Centro da Cidade, na Praça Oito e no Cine Glória, no bar do Sr. Santos e no restaurante Mar e Terra, onde nos encontrávamos. Sinto falta desse aconchego. Como se diz: Viver é ver Vitória. Para mim não existe lugar igual aqui. Para mim Vitória é uma poesia”.
Segundo a coordenadora do CCTI de Jardim da Penha, Erica Fortuna, o evento foi um resgate da memória dos idosos, com fotos antigas da cidade e do bairro de Jardim da Penha. "Eles se sentem importantes em relembrar todo o passado, fazendo um link do passado-presente. Isso melhorou a estima deles”.
Ensinamentos
A artista plástica do CCTI de Jardim da Penha, Daiana Schramussa, acredita que a atividade teatral proporciona para os idosos recordações e lembranças positivas da vida:
“O teatro é um transformador social. Acontecem algumas recordações e lembranças passadas em algum momento. Traz de volta esas emoções. Os idosos conseguem se expressar através da arte. Principalmente agora que estávamos falando do aniversário de Vitória, ouvi muitas histórias, que eu não conheci. Eu ensino um pouco e elas me ensinam muito mais”.
A pedagoga Claudia Meira de Queiroz disse qual a diferença que esse encontro proporciona na vida da terceira idade: “Além de divulgação e a valorização da nossa cidade, por ser uma ilha muito linda, a integração das crianças com idosos é fundamental nesse instante. É muito importante esse resgate para a memória dos idosos. Eu por exemplo tive uma aula de história com eles”.
Apresentação musical
Durante a manhã, os idosos também acompanharam a apresentação musical dos 50 alunos da EMEF Mauro Braga, com a professora Cristiane Prates: “Em um primeiro momento, mostramos a interação da geração atual com a terceira idade. Queremos sensibilizar o olhar desses meninos para essa maturidade da terceira idade.”