Mulheres posando para sessão fotográfica alusiva ao Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha.
Foto Divulgação
Irmãs Cecília e domingas.
Mulheres acompanhadas pelo Serviço de Atendimento no Domicílio (SAD) para pessoas com 60+ e/ou deficiência, e participantes do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif), do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) São Pedro II, foram protagonistas de um ensaio fotográfico com a temática de valorização à mulher. A produção ocorreu na manhã desta terça-feira (29), no Parque Municipal Mulembá, enquanto o grupo participava da roda de conversa proposta pela equipe sobre o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.
Enquanto arrumava um turbante para fotografar, Cecília Alves, de 60 anos, disse que só de ter participado da roda de conversa já teria valido a pena sair de casa naquela manhã. "Me sinto aliviada. Estou aliviada por ter contato a minha história, falado do povo quilombola. Expressei minhas dores, minhas angustias. Estava tudo guardado dentro. Não teria outro lugar para me expressar", disse Cecília, ao lado da irmã Domingas Alves de Jesus, de 69 anos. Ambas são originárias do Quilombo Palmito, localizado na região de São Mateus.
Também participando da roda de conversa, Maria da Penha Andrade, de 77 anos, disse que se sentiu muito bem ao falar com aquelas mulheres. "Foi maravilhoso. Me senti feliz. Falei o que veio de dentro e consegui colocar para fora os sentimentos. Encontros como este deveriam ser frequentes. É muito necessário", afirmou ela. Após a roda de conversa, Maria da Penha era só sorrisos ao lado da neta Sofia Andrade, de 12 anos, e da irmã Clarice Rosa, de 85 anos.
O sentimento de felicidade era o mesmo descrito por Cristiane de Paula Ribeiro, 35, após participar da roda de conversa. Com um grande sorriso no rosto e cheia de "caras e bocas" nas poses para as fotos, ela disse: "Conversando a gente passa a entender mais sobre o assunto; como nos defender; conhecer outras histórias; e entender que não estamos sozinhas e que o problema não está na gente", revelou ela
Idealizadora da sessão de fotos, a psicóloga Kethelyn da Silva Alves, que atua no Serviço da Proteção Social Básica a pessoas com deficiência e pessoas idosas no Domicílio (SAD), disse que as fotos serão usadas na montagem de uma exposição para construção de memórias de valorização da mulher negra, que será instalada em celebração ao dia 20 de novembro. A roda de conversa foi conduzida pela assistente social e facilitadora Maria Goreti Celestino.
O psicólogo Luís Felipe Bermudes Barcellos Spessimilli afirmou estar feliz por ter sido testemunha e se sentir privilegiado por ter ouvido as histórias das munícipes.
A secretária de Assistência Social de Vitória, Soraya Mannato, fez questão de enfatizar a importância das ações da Semas na construção de uma sociedade antirracista.