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Distribuição de cestas de alimentos beneficia famílias em situação de vulnerabilidade
Publicada em 13/01/2025, às 12h10 | Atualizada em 13/01/2025, às 12h14
Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes
A entrega de cestas de alimentos e outros benefícios da Assistência Social tem transformado a história de muitas pessoas em Vitória. Uma delas é Veronica Cardoso Tek, de 42 anos, que era só alegria e gratidão por estar pela primeira vez na fila para retirada da cesta entregue pelo Banco de Alimentos Herbert de Souza, na manhã desta sexta-feira (10). A entrega ocorreu na Casa Azul, localizada no território de São Pedro.
Ao ser perguntada sobre a importância de receber a cesta, a dona de casa disparou: "É tudo". Antes mesmo que fosse solicitado que explicasse, ela fez questão de descrever em detalhes o que a levou a buscar o benefício no Centro de Referência de Assistência Social do seu território.
"Sempre trabalhei. Mas estou sem trabalhar há uns seis meses. Aos 12 anos já estava na roça junto com meus pais lá, em Baixo Guandu. E por mais de 18 anos trabalhei numa mesma casa de família. Mas fiquei doente, internada, com problemas nas pernas, diabetes e até crises epiléticas. Tive que sair. Sem carteira assinada não tive direitos. Até recebi ajuda da família por uns quatro meses, mas agora tem uns dois meses que sem esta ajuda a coisa foi complicando", falou ela.
Foi aí que ela que procurou o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Resistência. "Tenho uma filha de 25 anos transplantada que recebe BPC (Benefício de Prestação Continuada), mas casou e ficou com o benefício. Agora, sou eu e minha mais nova (de 15 anos). Por isso, fui atrás de ajuda. Minha filha deixou a escola para cuidar de mim, mas o Cras foi atrás para ela não faltar as aulas. Eles ficam em cima", contou Verônica.
Veronica contou que não sabe ler e escrever. O relato veio logo após ser perguntado o seu nome completo: "pode olhar na minha carteira? É que não sei ler!". "Minha filha mais velha se formou e a outra não vai parar. Se eu não tivesse largado os estudos talvez tivesse conseguido um trabalho melhor ", sentenciou ela.
Abandonar a escola não foi uma escolha, foi uma forma de se livrar do sofrimento do bullying que sofria por suas marcas na pele. "Não aguentava todo dia eles implicando comigo. Com oito anos não fui mais. Perdi emprego porque não sabia ler, não tinha estudos", comentou Verônica.
A dona de casa era uma das 80 famílias atendidas pelos Cras São Pedro, que recebeu a cesta. A história de Verônica se mistura a do pedreiro Luiz Alberto dos Santos Pereira, 60, que após sofrer um atropelamento e ficar sem condições de trabalhar regularmente ficou quase sem renda.
"Vivo com meio salário. Os meus filhos me ajudam a pagar as contas básicas e faço bicos para comprar algumas coisas. Mas não dá pra comprar sardinha nem carne seca. Se comprasse ia o dinheiro todo. Vou comer agora porque tem na cesta", falou o idoso.
Luiz Alberto falou que a primeira vez que foi ao Cras foi em busca de orientações para redução na conta de energia e conseguiu. "Agora voltei lá atrás de uma cesta de alimentos. Agora, resolvida a questão da alimentação o resto vamos levando", disse o idoso.
Solange de Jesus, de 55 anos, era outra que esteve para retirar a cesta de alimentos. Desempregada há cerca de um ano, ela disse que receber a cesta de alimentos era suficiente para garantir a comida por dois meses. "Não compro sardinha nem milho verde muito menos carne seca. A carne seca não entra no cardápio há muito tempo", falou ela
A secretária de Assistência Social de Vitória, Cintya Schulz, enfatizou que a Assistência Social é para quem dela precisar e que o município vem reforçando ações de segurança alimentar buscando melhorar a qualidade de vida de seus munícipes através do direito a alimentação.