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Carnaval 2025: Jucutuquara abre Grupo Especial com pulsar da vida e faz corações baterem forte

Publicada em 22/02/2025, às 23h20 | Atualizada em 22/02/2025, às 23h43

Por Pedro Vargas (plrvargas@vitoria.es.gov.br), com edição de Matheus Thebaldi


Marcos Salles
Jucutuquara trouxe três carros e dois tripés para desfile no Sambão.
Carro abre-alas fez avenida pulsar o coração (ampliar)
Marcos Salles
Jucutuquara trouxe garra e determinação para buscar o seu oitavo título na Avenida.
Comissão de frente arrancou aplausos do público (ampliar)

Os relógios marcavam 22 horas quando foi dado o sinal verde para a Jucutuquara abrir oficialmente o Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial do Carnaval de Vitória.

Com 25 alas, três carros alegóricos, um tripé fixo, um tripé (andor), complementando o abre-alas, e 1.600 componentes, a escola de 1972 trouxe o "Pulsar da Vida" para fazer os corações baterem mais forte e também para buscar o seu oitavo título no Sambão do Povo após um longo jejum de 15 anos.

Carregando suas tradicionais cores, verde, vermelho e branco, a Unidos de Jucutuquara contou a história da humanidade, que vive intensamente as mais diversas emoções.

"A cada batida do coração, realizamos uma celebração da vida em todas as suas formas, desde a razão até as emoções mais profundas, passando pela ciência e pela arte, culminando na alegria do Carnaval", defendeu o carnavalesco e autor do enredo, juntamente com Anclébio Júnior, Orlando Júnior.

Capitaneando todas essas emoções, ele, é claro, o órgão capaz de promover os mais profundos sentimentos no ser humano: o coração esteve presente em fantasias, alegorias e na voz da comunidade e do público, do início ao fim do desfile.

Na avenida, a "máquina da vida" veio representada desde a Idade Média e trouxe referências nas mais diferentes formas de expressar a devoção.

Dividida em quatro setores, a agremiação trouxe desde o momento em que a humanidade transformou esses sentimentos em um símbolo (coração); a utilização desse símbolo pelas religiões, como elemento de devoção e fé; o coração estilizado, redesenhado representando o amor; e por fim, como o símbolo mais conhecido do mundo, que une nações, que faz as emoções serem expostas quando nos apaixonamos, quando torcemos pelo time do coração e ao entoar o samba que extrapola a avenida mágica do samba e ganha as arquibancadas dos estádios de todo país: "Explode coração, na maior felicidade..."

O "tum tum" que bate no peito saiu do interior do corpo humano e se transformou em coreografia da comissão de frente, com 15 integrantes que anunciaram o começo da existência da humanidade.

Assim foi também com a "Bateria da Nação", que veio forte com 155 ritmistas que na batida do surdo, nos dois toques de caixa (caixa reta semicolcheia e caixa reta com rufada) e outros elementos musicais trouxe o ritmo que embala a vida.

Alegorias

A agremiação contou com três alegorias. A primeira delas trouxe a "Anunciação", no abre-alas, fazendo uma ode à vida, à ciência e às emoções humanas. Quatro seres femininos misturas de mulher com coruja, símbolo da escola, puxaram um enorme coração que misturava artérias e roldanas para simbolizar a integração entre o perfeito funcionamento do órgão com os mais fortes sentimentos do ser humano.

O segundo carro retratou "A morada de Brama" que trouxe um pouco da Índia e o coração como símbolo da morada da divindade suprema do hinduísmo.

Já a terceira alegoria trouxe a representatividade do amor que move o Carnaval. O título "Explode Coração" é a homenagem ao samba enredo mais cantado em diversos locais mundo afora.

Emoção

A moradora de Jardim Camburi Nena Simões era só emoção na avenida do samba.

"Essa é a terceira vez que desfilo pela Unidos de Jucutuquara e estou com a melhor das expectativas. Sinto que eu não escolhi a Escola sabe, a Jucutuquara que me escolheu e desde então busco dar o meu melhor. Acredito que estamos no caminho certo rumo a boas notas e ao título é claro", declarou.

"Nossas fantasias estão muito bonitas, e a única coisa que digo ser ruim em participar, é que acaba muito rápido", completou entusiasmada momentos antes do desfile.

Nena integrou a 12ª ala da agremiação, que trouxe Oxum, uma das divindades mais reverenciadas na tradição religiosa africana e afro-brasileira, que representa a deusa do amor.

Marcos Salles
Jucutuquara
Porta-bandeira se encheu de emoção no desfile (ampliar)
Pedro Vargas
Nena Simões, era só emoção na Avenida do Samba.
Nena Simões era só emoção na avenida do samba (ampliar)

De Miami para Vitória

A destaque de chão da primeira ala, "Artéria da Vida", Ana Lúcia Pentz, desfila pela escola pelo quinto ano consecutivo e o amor pela Jucutuquara não para por aí. Ana reside há 13 anos na cidade de Miami, nos Estados Unidos, e faz questão de estar presente no Carnaval de Vitória.

"Essa escola me acolheu de todo coração, então estou muito emocionada e grata. É sempre uma enorme expectativa e vim lá dos Estados Unidos para fazer bonito é claro!"  

Doação de órgãos

Na 15ª ala da Unidos de Jucutuquara, um recado social claro veio em forma de reflexão.

Sessenta componentes representaram o ato de amor que é a doação de órgãos, incluindo o coração, que pode levar vida nova às pessoas. É a recriação da vida!

"Esse é um tema definitivamente relevante! É o coração que pulsa pela eternidade. Refletimos sobre o paradoxo da brevidade da vida, mas também a perpetuação da história", declarou a destaque da escola Izabelle Brandão.

O desfile transcorreu dentro do tempo regulamentar normal, sem nenhuma intercorrência.

Marcos Salles
Ana reside há 13 anos na cidade de Miami nos Estados Unidos e desfila pelo 5º ano na Jucutuquara.
Ana Lúcia Pentz veio de Miami para brilhar na avenida (ampliar)
Marcos Salles
Coração fez "Pulsar da Vida" embalar público na Avenida.
Jucutuquara mostrou que vem forte em busca do oitavo título (ampliar)

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