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Adolescentes do Centro de Convivência do Romão ensaiam para apresentação do Dia da Consciência Negra

Publicada em | Atualizada em

Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes


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Foto Divulgação
Adolescentes ensaiam para apresentação do Dia da Consciência Negra
Greice junto aos irmãos e crianças do centro de convivência do Romão.

Com instrumentos musicais e muita animação, adolescentes do Centro de Convivência (CC) do Romão se preparam para mostrar seus talentos numa grande roda de samba-reggae em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. A celebração será na terça-feira (19), com direito a duas apresentações: pela manhã (das 9 às 11) e, à tarde (14 às 16 horas), na área de convivência do local. O evento contará também com momentos de reflexão sobre a importância da consciência negra.

Enquanto o dia não chega, os adolescentes se preparam fazendo o "esquenta" entre uma oficina e outra promovida na unidade. Foi só concluírem a oficina de conscientização sobre os riscos e as consequências do trabalho infantil que um grupo "correu" para fazer um batuque sob a supervisão e acompanhamento do coordenador do Centro de Convivência Romão, Igor Soares. 

O primeiro deles foi Paulo Vitor Marques Batista, de 14 anos. Um menino de talento apurado e multi-instrumentista (que toca mais de um instrumento musical - toca baixo, violão, guitarra e percussão) que, disse reconhecer seu talento e sente orgulho de si mesmo quando está tocando. 

Participando de atividades no local há mais de três anos, Paulo Vitor disse que foi naquela unidade, onde chama de "segunda casa", que fez amigos e desenvolveu ainda mais suas habilidades com os instrumentos. Mas, acima de tudo, para ele é o lugar em que o mantém focado para seguir o caminho das boas escolhas. 

"Gosto de estar aqui. Venho todos os dias. A música é meu plano B. Meu plano A é o futebol. O Centro de Convivência representa união, oportunidade de usar mais o meu talento para a música. Se não estivesse aqui, provavelmente, estaria em casa sem fazer nada", comentou o adolescente. 

A adolescente Greice Gomes Dias, de 15 anos, também era só sorriso dominando as batidas em seu repique. Nem mesmo sendo a única adolescente entre os meninos, ela deixou de exibir sua desenvoltura com as baquetas. 

Desde os seis anos participando de atividades naquela unidade, ela contou que vem crescendo em conhecimento estando no Centro de Convivência. "Aprendi a gostar de música e capoeira. No começo eu era tímida, agora não sou mais. Fiz amigos e mantenho o sonho de ser advogada", elencou a adolescente.

Mesmo sem ser questionada, Greice disse: "Quando entro aqui me sinto feliz. Em casa, fico ansiosa esperando os dias de participar das atividades no Cajun - como era anteriormente identificado os Centro de Convivência para criança e adolescentes". 

Foto Divulgação
Adolescentes ensaiam para apresentação do Dia da Consciência Negra
Greice ensaia sob orientação de Igor.

A equipe que atua no espaço disse que a relação da família da Greice é antiga com a unidade socioassistencial. Além dela, outros quatro irmãos - Kely, 14, Sadrack, 12, Levi, 11, e Geovana, 9 -  participam de atividades na unidade. Mas, antes deles uma outra geração (os outros seis irmãos) também frequentou aquela unidade. 

O coordenador Igor Soares explicou que o Centro de Convivência do Romão oferta oficinas de Capoeira, Dança, Música . As oficinas fazem parte do planejamento anual de atividades do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV).

A proposta do trabalho é promover o protagonismo infanto juvenil e pessoa idosa, despertando a criticidade de cada indivíduo presente no espaço.

As apresentações culturais fazem parte de uma ferramenta de socialização junto ao contexto socioassistencial, sendo relevante para o território de atuação e os usuários presentes nele.

Para a gerente de Serviços de Convivência de Vitória, Cristina Silva, os temas inseridos nos grupos reflexivos desempenham um papel fundamental para promover a conscientização e o fortalecimento de valores individuais e coletivos. "Ao abordá-los em um contexto cultural de intervenção, há uma oportunidade de apoiar a transformação social de forma profunda e inclusiva, utilizando a cultura como um meio poderoso de expressão e resgate identitário", reforçou ela.

Cintya Schulz, secretária de Assistência Social da capital fez questão de enfatizar que o público atendido por essa política em Vitória declara-se preto ou pardo, portando abordar a temática em nossos espaços por meio de ações intergeracionias e culturais é uma forma de valorizar a cultura do povo negro e de demarcar o posicionamento contra o racismo.

A roda de samba-reggae em alusão ao Dia da Consciência Negra conta com a parceria da Unidade Básica de Saúde (UBS) Forte São João, Instituto Sarça, Faculdade Unisales, Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Jucutuquara, Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Ceas) Centro e Obra Social Nossa Senhora das Graças.