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Abrigo de Vitória usa tecnologia do departamento da Polícia Civil para identificar acolhidos
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Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes
A equipe do Abrigo para Pessoas em Situação de Rua, mais conhecido como Abrigo PSR, está celebrando a identificação de dois munícipes que há anos viviam sem qualquer identificação pessoal, ou seja, socialmente invisíveis. O fato foi possível graças à busca incansável e a parceria inédita com o Departamento de Promoção Social e Cidadania da Polícia Civil, também conhecido como Divisão de Promoção Social (DPS).
É que de maneira inédita e pioneira as duas instituições se uniram para solucionar não o mistério em torno da história dos dois munícipes, mas devolver a eles a cidadania. A assistente social que atua no Abrigo PSR, Aline Rocha, se emociona ao falar da "Operação Quem é Ele(a)".
Aline revelou que após várias tentativas frustrada, desde quando eles chegaram ao Abrigo, o próximo passo foi pedir ajuda ao Departamento de Promoção Social e Cidadania da Polícia Civil. "Era nossa última esperança. Já tínhamos feitos todos os caminhos via Ministério Público, Defensoria Pública... Então, nos agarramos nesta possibilidade para devolver a eles a própria identidade", disse ela.
Nessa hora, a Divisão de Promoção Social (DPS) utilizou-se do registro digital sendo possível refazer a trajetória e mapear toda a sua história de vida desses munícipes.
Por mais de 20 anos um homem de 58 anos era chamado de Carlos Alberto, quando na verdade seu nome de registro é João Batista. O mesmo acontecia com Cláudinha, que na realidade é Maria.
Ao contrário do que a maioria pode pensar, eles não usaram de falsidade ideológica. João Batista esqueceu toda a sua história de vida após ser picado por uma cobra e foi parar nas ruas, enquanto Maria, com transtornos mentais, viveu por anos em situação de rua, escondida em um terreno baldio, onde recebeu da vizinhança o nome de Claudinha e o sobrenome Vicenti (em alusão ao nome do dono do terreno onde ela habitava).
A partir da digital deles, segundo Aline, foi possível encontrar os registros de nascimento. "Foi aí que descobrimos que Carlos Alberto era João Batista, e a cidade natal dele era Barra de São Francisco. Foi possível refazer a história e descobrir que ele trabalhou na construção civil, onde foi picado de cobra e veio a amnésia. E só depois, se tornou uma pessoa em situação de rua", falou ela.
Aline relata que com a identificação foi possível ir em busca da documentação pessoal dos dois cidadãos. "Com a identificação de João Batista, agora, estão em busca dos benefícios aos quais ele tem direito para seguir a sua vida com autonomia e longe das ruas".
A secretária de Assistência Social de Vitória, Soraya Mannato, enfatizou a busca incessante dos trabalhadores do Sistema Único da Assistência Social (Suas) e Sistema Alimentar e Nutricional (SAN) para transformar vidas por meio da garantia aos direitos sociais. "Temos orgulho do trabalho de excelência feito por todos que atuam nos nossos serviços socioassistenciais. E pelo entendimento de que sozinha a política da Assistência Social não da conta. Por isso os esforços para consolidação das parcerias com outras políticas e órgãos", frisou.