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Vitória realiza seminário em alusão ao Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência
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Por Julya Feitoza (jfcarvalhoeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes
Em comemoração ao Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência, Vitória realizou o IX Seminário Projeto de Vida: Uma construção permanente. O evento, realizado nesta sexta-feira (19), no Clube Álvares Cabral, tem como objetivo o combate ao capacitismo, valorização das capacidades individuais e a garantia do direito das pessoas deficiência serem protagonistas de suas próprias histórias.
O Seminário contou com a participação de representantes do Ministério Público do Trabalho -ES, da Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe-ES), da Associação Capixaba Paraolímpica de Desporto (ACPD), técnicos que prestam capacitação e empresas que contratam pessoas com deficiência, para garantir a oportunidade igualitária. O Presidente do Clube Álvares Cabral, Fernando Coutinho, afirmou que o clube hoje avança na acessibilidade e jogos paraolímpicos além de ser uma honra ter tantos atletas portadores de alguma deficiência.
De acordo com a secretária executiva do Comped, Jacqueline Ferreira, o Seminário busca evidenciar a importância da inserção das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, garantindo aos trabalhadores com deficiência um ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, combatendo o capacitismo, desconstruindo preconceitos enraizados na sociedade, eliminando as barreiras que agridem e dificultam o bem-estar das pessoas com deficiência.
A secretária de Assistência Social, Soraya Mannato, enfatizou a importância do tema para promover autonomia, dignidade e inclusão das pessoas com deficiência. "Precisamos atuar incansavelmente para dar oportunidades a estas pessoas para que possam definir seus próprios objetivos, incentivando e apoiando para desenvolverem suas potencialidades e valorização" comentou a secretária.
Professora de Goalball da ACPD, Isabela Vergani citou que a natação vem se destacando com mais de dez medalhas mundiais. "Temos atletas capixaba referência em natação no Brasil, estar aqui é mostrar para todos que há possibilidades".
O Coordenador da Cetefe, Gabriel Ribeiro, contou um pouco da sua história pessoal: "sempre fui muito ativo e gostei de futebol e esportes, corria... sofri o acidente automobilístico e fiquei sem as duas pernas. Foi um acidente, algo que a vida trouxe pra mim, tive depressão e nada me tirava de casa. Percebi que esse seria o meu desafio e que devia continuar a vida, trabalhar. Muitas empresas escolhem a deficiência para dar a oportunidade de trabalho que não mexa na estrutura da empresa. O trabalho, hoje, me trouxe de volta. Algumas empresas podem até contratar, mas para as vagas de gestão não tem espaço, e somos capazes", afirmou.
Membro da Cetefe e Representante do Fórum de defesa das pessoas com deficiência do Tribunal de Justiça de Vila Velha, Rosilda Dias lembrou as dificuldades nas entrevistas e padrões discriminatórios que empresas devem abandonar: "passei por muitas entrevistas e faz diferença ter pessoas a sua volta para ser incentivada. E tem muita coisa envolvida. Além das dificuldades, todos nós trabalhamos, não por cota ou por coitadismo e sim por competência. Experiências desagradáveis desmotivam, e os desafios na procura por trabalho já começam na porta de casa por acessibilidade. Essa desconstrução precisa acontecer, sou primeiro uma pessoa e depois vem a minha cadeira."
Garantir acessibilidade ao mercado de trabalho para pessoas com deficiência não é apenas cumprir obrigação legal, mas, sobretudo promover justiça social e valorização da diversidade.