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Violência contra mulher: Guarda de Vitória orienta sobre como pedir ajuda

Publicada em | Atualizada em

Por Glacieri Carraretto (gcpereiraeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes


Leonardo Duarte
Aula inaugural do curso de novos guardas municipais
A comandante da Guarda de Vitória, Dayse Barbosa, destacou que a capacitação constante dos agentes é fundamental para o enfrentamento à violência de gênero.

Em todo Brasil, a violência contra mulher ainda faz vítimas diariamente. No contrafluxo do país, a capital capixaba apresentou queda de 67% dos feminicídios no ano passado e, em 2025, não registrou nenhum caso. Os dados são Observatório de Segurança Pública e trazem um panorama do assassinato da mulher por razão do gênero, a violência extrema. 

Antes que um feminicídio aconteça, há sinais que qualquer pessoa pode observar, não somente a mulher em situação de violência. "Muitas vezes não se resume às agressões físicas. O silêncio, o controle, as ameaças e até a violência patrimonial fazem parte de um ciclo que precisa ser interrompido com informação, apoio e proteção", descreve a comandante da Guarda de Vitória, Dayse Barbosa.

A Guarda Civil Municipal de Vitória (GCMV) é uma das forças de segurança que atua diariamente no enfrentamento, por meio de patrulhamento preventivo, monitoramento e também com o uso de tecnologia, como o Botão Maria da Penha. Mas reconhecer a situação é o primeiro passo para romper com a violência.

"A violência contra a mulher vai muito além da agressão física. Ela pode ser psicológica, moral, sexual ou patrimonial. Muitas vezes, o agressor tenta isolar a vítima, controlar sua vida e enfraquecer sua autoestima. É preciso identificar esses sinais e buscar ajuda o quanto antes", afirma Dayse.

A comandante destaca a importância para o combate a esse tipo de violência seja feito por toda a sociedade. "Não podemos colocar na conta da mulher em situação de violência toda a responsabilidade por se salvar. Isso vai além, precisamos prestar atenção nas mulheres ao nosso redor e aos sinais, ligar para o 190, levá-la ao Centro de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cramsv) ou mesmo acolher esta vítima. Precisamos que todos ajudem a proteger as mulheres", enfatiza.  

O que fazer se você for vítima de violência:

 1. Em caso de emergência, ligue 190. A prioridade é acionar a polícia imediatamente.

 2. Procure um local seguro. Afaste-se do agressor e busque abrigo na casa de familiares, amigos ou em serviços de acolhimento.

3. Registre a ocorrência. Vá até a Delegacia da Mulher ou à delegacia mais próxima para formalizar a denúncia.

4. Solicite medidas protetivas. O juiz pode determinar o afastamento do agressor e outras ações de proteção.

5. Acione a rede de proteção. Em Vitória, o Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cramsv) e o  Botão Maria da Penha, conectado à Guarda de Vitória, são recursos importantes que garantem resposta rápida em casos de risco.

6. Guarde provas da violência. Mensagens, fotos, áudios e exames médicos podem ajudar na investigação.

7. Não enfrente sozinha. Conte com pessoas de confiança e com os serviços públicos disponíveis para você.

Josué de Oliveira
botão do pânico
O Botão Maria da Penha, implantado em Vitória, é entregue a mulheres que possuem medidas protetivas de urgência.

Botão Maria da Penha

O Botão Maria da Penha, implantado em Vitória, é entregue a mulheres que possuem medidas protetivas de urgência. Discreto e de fácil uso, o dispositivo envia a localização da vítima em tempo real à Central de Monitoramento da Guarda, que imediatamente direciona uma equipe até o local.

Para a comandante da Guarda, o dispositivo tem salvado vidas. "O Botão do Pânico é mais que tecnologia, é uma garantia de resposta rápida. Nenhuma mulher está sozinha em Vitória. Nossa missão é proteger, apoiar e garantir que a vítima seja ouvida e amparada", reforça Dayse Barbosa.

Efetivo Capacitado

Identificar casos de violência contra mulher, prestar escuta qualificada e oferecer acolhimento e orientação às vítimas durante o patrulhamento ou em ocorrências é uma demanda do dia a dia do efetivo da Guarda Civil Municipal de Vitória. Por isso, todo o efetivo foi preparado para atuar em situações de violência contra a mulher com cursos e treinamentos. 

Os 421 guardas municipais receberam treinamento nas disciplinas "Atendimento de vulneráveis" e "Atendimento à Mulher em Situação de Violência", que fizeram parte da grade curricular do Estágio de Qualificação Profissional (EQP) de 2025. 

A comandante da Guarda de Vitória, Dayse Barbosa, destacou que a capacitação constante dos agentes é fundamental para o enfrentamento à violência de gênero.

"A proximidade do nosso efetivo com a comunidade tem se mostrado essencial para identificar situações de risco e agir de forma preventiva. Nossas equipes estão preparadas e capacitadas não apenas para intervir em ocorrências, mas também para acolher as vítimas com respeito e orientar sobre os caminhos de proteção disponíveis", afirmou.

Casa Rosa

Vitória também conta com a Casa Rosa, um Centro Especializado em Saúde que atende mulheres e famílias vítimas de violência, em situação de vulnerabilidade.

O local foi inaugurado em outubro de 2021 e, até hoje, já foram realizados aproximadamente 16 mil atendimentos, que são feitos por uma equipe multidisciplinar composta por onze profissionais. São eles: médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeira, técnico de enfermagem. O atendimento engloba escuta qualificada com avaliação de risco, atendimento médico e psicossocial e avaliação integral das condições gerais de saúde.

A Casa Rosa funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. O agendamento pode ser feito por meio dos telefones (27) 3332 3290, pelo e-mail casarosaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br , ou de forma presencial, na Rua Hermes Curry Carneiro, n° 360, Ilha de Santa Maria.