Clara criou um solo inédito que revela as delicadezas e contradições de Macabéa. (ampliar)
Foto Divulgação
A apresentação ocorreu durante a Noite de Gala do festival. (ampliar)
Quando a literatura ganha movimento, nasce uma arte capaz de emocionar corações e despertar novos olhares. Foi assim que a bailarina e coreógrafa capixaba Clara Conti Sipola transformou a delicada e intensa personagem Macabéa, de "A Hora da Estrela", de Clarice Lispector, em um solo de dança que ganhou o segundo lugar no prestigiado Prêmio Internacional de Dança de São Paulo (Pridansp), realizado no último dia 7.
A estudante de dança na Escola Técnica Municipal de Teatro, Dança e Música (Fafi), partiu para a capital paulistana carregando uma mala repleta de sonhos, coragem e muita arte.
"Levar esse solo ao Pridansp foi um gesto de coragem. Foram dias intensos, marcados por ansiedade, mas também por encontros valiosos e muito aprendizado. Em meio a tudo isso tive a felicidade de conquistar o 2º lugar em uma competição tão importante. Esse prêmio valoriza não apenas minha trajetória como bailarina, mas também como coreógrafa. Tudo isso me parece surreal", declarou emocionada.
Macabéa em movimento: poesia do cotidiano no palco
Inspirada na obra de Clarice Lispector, Clara criou um solo inédito que revela as delicadezas e contradições de Macabéa, uma personagem que representa a força silenciosa e a poesia escondida nas pequenas coisas da vida. O trabalho é fruto de uma intensa pesquisa artística e autoral, onde gestos sutis e intensos se entrelaçam para contar uma história de resistência e existência.
A apresentação ocorreu durante a Noite de Gala do festival, no histórico Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, onde mais de 600 artistas e companhias lotaram o espaço, celebrando a dança em todas as suas formas. O Pridansp reuniu mais de 500 inscritos entre bailarinos solos, duos, grupos e coreógrafos, vindos de diversas regiões do país e participantes internacionais, tornando o segundo lugar de Clara ainda mais expressivo e emblemático.
Para a Gerente da Fafi, Fátima Rodrigues Burzlaff, a conquista de Clara é um motivo de orgulho para toda a comunidade artística de Vitória. "Para nós, da Fafi, é uma imensa alegria ver nossa estudante Clara Conti conquistar esse espaço com um trabalho autoral tão sensível e potente. Sua trajetória reafirma a importância da escola como formadora de artistas que constroem seus caminhos com dedicação e talento, levando o nome de Vitória a palcos nacionais e internacionais. Mais bonito ainda é perceber que Clara compartilhou suas experiências com as colegas, tornando-se uma fonte de inspiração para toda a comunidade da Fafi."