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Férias é tempo de diversão e conscientização nos Centros de Convivência de Vitória
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Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes


O Centro de Convivência de Sólon Borges provou que o serviço não para nem mesmo nas férias. Nesse período, também é tempo de debater e refletir sobre temas relevantes para boa convivência e garantia de direitos de crianças, adolescentes, adultos, pessoas idosas e/ou com deficiência. A apresentação de uma peça teatral, cujo tema central foi "Cultural da paz e a Saúde Mental", encheu a área de convivência do espaço de crianças, adolescentes e famílias inteiras, que ficaram atentas a apresentação.
Para entrar no clima do espetáculo, o espaço foi decorado com figuras, quadros entre outros artigos confeccionados a diversas mãos - inclusive com a participação das crianças, adolescentes e os trabalhadores do serviço. Entre eles estavam Yoná Lima de Azevedo, de 7 anos, e a amiga Zara Siqueira Cid,de 8 anos. Atentas a cada cena da peça, só foi possível conversar com elas nos intervalos de mudança de tema.
Foi entre um deles que Yoná disse: "é muito legal estar aqui, o espetáculo é muito engraçado, mas tá (sic) falando para a gente respeitar a pessoa idosa. Sabe que eu ajudo meus pais para não levarem peso sozinho". Ao ser questionada se preferia estar em casa brincando, as duas se "atropelaram" para falar: "a gente gosta de vir aqui. A gente pega acerola, manga. Vai no parque, faz jogos ao ar livre", disseram uma complementando a fala da outra.
A dona de casa Daniele Souza Araújo, de 35 anos, levou duas de suas filhas: Gabrielly, 3, e Pietra, 2. Só ficou faltando a filha Sofia, de 8 anos, que participa ativamente do serviço de convivência. "Não pôde vir porque teve que tirar carteira de identidade. Mas, ela ficou dizendo que a gente não podia perder. Ela ama este lugar. Eu também", falou a mãe.
A declaração inspirou a pergunta sobre o que as fazia gostarem do local, e Daniele parecia ter uma resposta pronta. "Minha filha frequenta o espaço há seis meses e já é outra criança. Minha filha está mais animada, participa das oficinas. A que ela mais gosta é a de música. Antes, ela tinha preguiça. Agora, não tem mais. Ela gosta tanto que as irmãs estão doidas para participar também e, eu não falto nenhuma reunião daqui", revelou ela.
A maior parte da família de Natália Alves Ferreira, 31, também estava lá sentada no meio das crianças e adolescentes, atenta às encenações. Ao lado do marido Adriel Augusto, 29, e do filho Julio César, 10, ela disse que o filho não falta às atividades do Centro de Convivência por nada. "Eu estava em casa e ele, mesmo de férias da escola, lembrou do evento", disse ela. Na avaliação de Natália, os temas abordados são fundamentais para a garantia da boa convivência entre todas as idades, para ter mais respeito, menos preconceitos e, principalmente, para o desenvolvimento saudável das crianças e adolescentes.
"Meu filho chega em casa e, muitas vezes, corrige a gente. Ele diz: mãe não pode falar isso. Mãe não desperdiça, aproveita as coisas. Fala da alimentação mais saudável. Coisas que ele vivenciou aqui nas atividades. A gente até fala em casa, mas parece que eles fixam quando os educadores falam", comentou Natália.


A coordenadora do Centro de Convivência Sólon Borges, Tatiane Galvão, disse estar surpresa com a adesão das crianças e famílias. Ela explicou que naquele território muitos participantes aproveitam o período de férias escolares para visitar parentes no interior do Estado ou em outras regiões do país. "Apesar da redução no número, continuamos ofertando as atividades. E, por que não incluir na programação temáticas do nosso dia a dia? Aproveitamos, sim, todas as oportunidades de garantir o direito à convivência e contribuir para a redução das desigualdades, por meio de debates e reflexões", comentou ela.
A gerente de Serviços de Convivência da Secretaria de Assistência Social de Vitória (Semas), Cristina Silva, contou que já é tradição as Unidades promoverem atividades mais diferenciadas neste período, no chamado "Verão da Convivência". "Este ano, estamos utilizando a metodologia do teatro do oprimido para levar mais informações e abordar temas mais sensíveis para dentro dos nossos serviços. Estamos contribuindo para que tenhamos mais multiplicadores das boas práticas e disseminação de direitos", falou.
Para a secretária de Assistência Social em exercício, Carla Scardua, a experiência vivida nos Centros de Convivência de Vitória contribuem para o processo de transformação social das famílias. Importante frisar que são espaços protegidos e que estimulam a comunidade a também proteger suas crianças, adolescentes e pessoas idosas.

