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Dia do Surdo: estudantes e professores fazem passeio no Capixaba Bustour
Publicada em 27/09/2023, às 15h40 | Atualizada em 27/09/2023, às 15h42
Por Juliana Rodrigues (jalrmagnagoeira$4h064+pref.seme.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes
Um passeio turístico com direito a guia, visita ao Projeto Baleia Jubarte, em Vitória, travessia da Terceira Ponte, visita ao litoral do bairro Praia da Costa, em Vila Velha, e retorno à capital. A bordo do Capixaba Bustour, ônibus panorâmico de turismo, do qual os passageiros têm uma visão privilegiada e ampla do percurso, estudantes e professores da Educação Especial de Vitória, além de outros convidados, se encantaram com as belezas que puderam contemplar.
Foi com esse lindo passeio que a Secretaria Municipal de Educação (Seme) de Vitória celebrou o Dia Nacional do Surdo, comemorado nesta terça-feira (26). Quem prestigiou o passeio foi o prefeito da capital, Lorenzo Pazolini, a secretária municipal de Educação, Juliana Rohsner, e profissionais da Coordenação de Educação Especial da Seme.
"Neste dia tão especial, tão relevante, quero agradecer a vocês, que estão no dia a dia conosco fazendo uma cidade inclusiva, fazendo uma cidade que cuida, mas, principalmente, uma cidade que tem amor pelas pessoas. Acho que isso é o mais importante. Ganhar prêmios para a educação é bom, construir novas escolas é importante, levar infraestrutura é relevante, mas nada melhor do que sentir o calor e o carinho das crianças. Esse é o nosso verdadeiro objetivo e nosso verdadeiro prêmio", disse o prefeito Lorenzo Pazolini.
"Pra gente é uma alegria estar com vocês. Proporcionar esse dia de alegria, inclusão e respeito. As nossas escolas são inclusivas, e ter os nossos estudantes juntos faz toda a diferença. Respeitando a diversidade, dando acessibilidade e garantindo educação de qualidade para todos. Nós sabemos que ainda tem muita luta e nós estamos junto com vocês", disse a secretária municipal de Educação, Juliana Rohsner.
A responsável pela Coordenação de Educação Especial da Seme, Carla Gagno, ressaltou que é preciso ter a consciência de que acessibilidade para todas as pessoas é uma questão de direito e dignidade, e lembrou que o Artigo 1º da Declaração Universal dos direitos Humanos diz que "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos".
"É assim que acreditamos e para ser assim nós trabalhamos. Temos em nossa rede de ensino escolas referência na educação de surdos e por isso pensamos num momento diferente, alegre, de encontro e acolhimento para nossos estudantes surdos e nossos professores surdos", disse a coordenadora.
O passeio
Passando pelo bairro Enseada do Suá, a guia Roberta disse que antigamente o local era uma área de pescadores e hoje é uma área de negócios, com vários prédios, consultórios e escritórios. "E a Capitania dos Portos também está nesse bairro, além da Praça do Papa, que tem esse nome porque em 1991 o Papa João Paulo II veio ao Espírito Santo e rezou uma missa nessa região. O Palácio do Café também está aqui. Ele foi o primeiro prédio com elevador panorâmico na cidade de Vitória", contou a guia enquanto Tamille, assessora técnica da Seme, fazia a tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
No Projeto Baleia Jubarte, localizado na Praça do Papa, olhos atentos para não perder nenhum detalhe do que estava sendo mostrado. Lá, os estudantes e professores aprenderam sobre o ciclo reprodutivo das baleias e por que elas vêm para o Espírito Santo. "Elas vêm da Antártida, do sul do planeta. E demoram de um a dois meses para migrarem até o Espírito Santo, que é área de reprodução das baleias jubarte, juntamente com o litoral da Bahia. O projeto Baleia Jubarte tem feito pesquisa há 35 anos com as baleias", explicou o guia do Projeto Baleia Jubarte.
"A cauda das baleias é muito importante pra gente porque cada baleia pode ser identificada pela cauda. As diferenças são as manchas, o formato, a porcentagem de branco, como se fosse a impressão digital delas", complementou o guia, que também levou os visitantes ao museu do Projeto, onde receberam diversas informações, entre elas sobre poluição do mar e como os resíduos lançados nas águas fazem mal aos animais marinhos.
Impressões
Arthur de Souza Rangel, do 5° ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Alvimar Silva, disse que gostou muito de aprender algumas coisas sobre a vida das baleias e que, quando estiver mais velho, quer ajudar a proteger esses animais. "É importante divulgar, ajudar a preservar", disse o menino, que achou ótimo ter encontrado amigos e conhecido pessoas novas.
Ana Witney Garcia Paes, do 4° ano A da Emef Adevalni Sysesmundo Ferreira de Azevedo, nasceu no Amazonas e contou que ainda está conhecendo Vitória, para onde ela se mudou com a família no ano passado. "Eu não conhecia o Projeto Baleia Jubarte. Eu achei muito legal! Os surdos precisam se desenvolver e precisam aprender a defender, a lutar, a cuidar das baleias", destacou a estudantes, cuja família está aprendendo Libras.
Carlos Eduardo Soares de Barros Guss, professor surdo da Emef Adevalni Sysesmundo Ferreira de Azevedo, achou muito importante fazer o passeio com acessibilidade para o surdo. "Para os professores, a troca, o contato com outras escolas que são referências na matrícula de alunos surdos é muito importante. Esse encontro, esse contato com a Libras é muito bom! O Projeto Baleia Jubarte é muito visual e o objetivo do encontro com os surdos é essa troca de conhecimento. A própria troca linguística é muito importante ", disse o professor.