O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) Bento Ferreira foi o local escolhido para sediar, nesta quarta-feira (14), a partir das 18h30, a roda de conversa do Projeto Ruas. Este é um projeto inovador e, ainda, inédito no Estado, voltado ao acolhimento humanizado, escuta ativa, compartilhamento de recursos e descobertas por meio da troca de experiências coletivas de pessoas em situação de rua.
Foto Divulgação
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O encontro faz parte da programação organizada pela Secretaria de Assistência Social (Semas) de Vitória, alusiva ao Dia Nacional de Luta e Luto da População em Situação de Rua, celebrado em 19 de agosto. A roda de conversa contará também com a participação das equipes do Consultório na Rua, da Secretaria de Saúde (Semus), e de adolescentes que estão em cumprimento de medida socioeducativa.
A coordenadora do Serviço de Abordagem Social (Seas) da Semas, Luciana Gatti, explicou que o Projeto Ruas é uma ferramenta metodológica inovadora criada pelos técnicos do Seas que trabalham à noite. "Ele surgiu para possibilitar um espaço de escuta ativa e reflexiva fora das ruas, por meio de rodas de conversa, com a finalidade de identificar forças e capacidades dos indivíduos em situação de rua, de suas famílias e das comunidades, para que, através desses recursos, possam encontrar as suas próprias soluções e superar a situação de rua", destacou.
Luciana Gatti acrescenta ainda que "a roda de conversa é um espaço livre de preconceitos e paradigmas, onde a pessoa em situação de rua pode falar e ser ouvida dentro das suas necessidades. Tem a finalidade de fortalecer o vínculo do Seas com os usuários para a superação da situação de rua".
A secretária de Assistência Social, Soraya Manato, defendeu a metodologia utilizada como mais uma contribuição para melhorar a vinculação entre usuário/sujeito de direitos e a equipe do Seas e, por poder ser executada em espaços da comunidade, contribuir para o fortalecimento dos vínculos comunitários.
Projeto Ruas
O Projeto Ruas tem como objetivo promover a vinculação entre sujeito e serviço, estabelecendo um ambiente relacional, não punitivo e capaz de fomentar diálogos que possibilitem mudanças a partir do empoderamento, da luta por direitos e da construção de um projeto de vida fora das ruas.
O projeto teve seu primeiro encontro em 2019 e, devido à pandemia de Covid-19, precisou ser paralisado, retornando em 2021. Desde então, já participaram mais de 120 pessoas. As atividades foram realizadas em vários locais, como igrejas e espaços públicos.