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Campanha "Gato Seguro é Gato em Casa" alerta sobre os riscos das ruas para os felinos

Publicada em | Atualizada em

Por Michelle Moretti (msmorettieira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes


Foto Divulgação
Campanha gato seguro

Uma campanha da Prefeitura de Vitória revela dados alarmantes sobre os riscos que estar nas ruas oferece para os felinos: gatos domésticos que saem às ruas vivem até 9 vezes menos que os que ficam em casa.

Imagine descobrir que uma decisão aparentemente simples - deixar seu gato sair para "dar uma voltinha" - pode reduzir drasticamente a expectativa de vida dele? É exatamente isso que revela a nova campanha "Gato Seguro é Gato em Casa", lançada esta semana pela Prefeitura de Vitória.

Os números são impactantes: enquanto gatos que vivem exclusivamente dentro de casa podem alcançar entre 12 e 18 anos de vida, aqueles que têm acesso às ruas vivem apenas de 2 a 7 anos. Uma diferença que pode chegar a 16 anos a menos de vida.

A campanha, conduzida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, surge para desmistificar uma crença ainda comum entre tutores: a de que é "natural" permitir que os felinos circulem livremente pelo bairro. Mas a realidade das ruas é bem diferente do que muitos imaginam.

Os perigos invisíveis de cada passeio

Dados recentes indicam que gatos com acesso à rua passam até cinco horas diárias fora de casa e podem se afastar mais de dois quilômetros da residência. Nesse percurso, enfrentam uma verdadeira corrida de obstáculos: atropelamentos, envenenamentos, brigas territoriais, maus-tratos e exposição a doenças mortais.

"Quando um gato sai sozinho para dar uma voltinha, ele está exposto a uma série de perigos. São doenças graves, que não têm cura e comprometem profundamente a qualidade de vida do animal", alerta Ana Ramos, médica veterinária da Secretaria de Meio Ambiente.

Entre as principais ameaças estão a FeLV (leucemia felina), FIV (imunodeficiência felina) e esporotricose -- esta última uma zoonose que pode ser transmitida aos humanos através de arranhões e mordidas. Todas são doenças sem cura que comprometem o sistema imunológico dos animais.

O gato como vetor: quando o perigo volta para casa

O que muitos tutores não sabem é que o gato que sai às ruas pode se tornar um vetor de doenças, colocando em risco não apenas outros animais da casa, mas também a família humana. A esporotricose, por exemplo, tem se tornado uma preocupação crescente em áreas urbanas.

"O contato com ambientes contaminados pode transformar o gato em vetor de zoonoses, colocando também a saúde humana em risco. A guarda responsável é, antes de tudo, um ato de cuidado e amor", enfatiza a veterinária.

Além da saúde: o impacto na vizinhança

A circulação livre de gatos pelas ruas gera ainda outros problemas que afetam a harmonia do bairro. O uso inadequado de jardins e vasos como banheiro, brigas barulhentas com outros animais e o impacto ambiental -- especialmente sobre a fauna de pequenos pássaros -- são questões que preocupam comunidades urbanas.

A solução está dentro de casa

A campanha não propõe apenas alertar sobre os riscos, mas também educar sobre alternativas. Enriquecimento ambiental, brinquedos interativos, arranhadores e até mesmo a criação de "catiários" -- espaços telados que permitem ao gato ter contato com o ambiente externo de forma segura -- são algumas das soluções apresentadas.

"Muitos tutores acreditam que estão sendo cruéis ao manter o gato dentro de casa, mas na verdade estão oferecendo a ele a chance de uma vida longa e saudável", explica Ana Ramos.

A iniciativa faz parte de um movimento mundial de conscientização sobre guarda responsável de animais domésticos, que reconhece a importância de adaptar o ambiente doméstico às necessidades dos felinos, em vez de expô-los aos riscos das ruas.

Um futuro mais seguro para os felinos de Vitória

Com a campanha "Gato Seguro é Gato em Casa", a Prefeitura de Vitória se posiciona na vanguarda da proteção animal, promovendo uma mudança cultural que pode salvar milhares de vidas felinas na capital capixaba.

Os dados não mentem: a diferença entre um gato que vive dentro de casa e outro que tem acesso às ruas pode ser, literalmente, a diferença entre uma vida plena e uma morte prematura. A porta de casa pode ser a linha que separa seus 18 anos de companhia dos apenas 2 a 7 anos de uma vida interrompida precocemente.

A pergunta que fica é: qual futuro você escolhe para seu felino?