Prefeitura de Vitória

Atalhos de teclado:

Caminhada colore ruas de Vitória em defesa dos direitos das pessoas em situação de rua

Publicada em

Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Michelle Moretti


  • Erradicação da pobreza
  • Redução das desigualdades
  • Paz, justiça e instituições eficazes
  • Parcerias e meios de implementação

Foto Divulgação
Moradores em situação de rua
Foto Divulgação
Moradores em situação de rua

Vitória amanheceu mais animada e colorida nesta terça-feira (12). A "Caminhada Ruas Visíveis ou Invisíveis" reuniu dezenas de pessoas vestindo roupas coloridas e carregando bolas e cartazes de diferentes cores. O objetivo foi chamar a atenção da sociedade para a luta e a defesa dos direitos das pessoas em situação de rua. O percurso teve início em frente ao Centro de Referência para Pessoa em Situação de Rua (Centro Pop) no Centro, culminando com um abraço simbólico na Praça Costa Pereira.

Com cartazes nas mãos, os participantes apresentavam suas demandas e exigiam respeito, oportunidades, trabalho e, principalmente, moradia. Entre eles estava Reginaldo Borges de Assis, de 49 anos, que, ao pisar na praça, fez questão de expressar os sentimentos que o acompanharam durante o trajeto pelas ruas centrais da cidade: superação e frustração. "Frustração, porque não é legal ainda estar na situação de rua. E superação, porque tenho certeza que vou superar. Para isso, só falta uma oportunidade de emprego", afirmou.

Há oito meses em condição de rua, Ruth Marcelina Silva, 37, disse que participar da caminhada ao lado de dezenas de pessoas em situação semelhante e também de trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (Suas), que atuam nos serviços socioassistenciais de Vitória, trouxe uma sensação de empoderamento e força para mudar.
"Esta é a minha primeira vez participando deste tipo de ato. A caminhada fala sobre a situação de quem mora nas ruas, sobre nossas necessidades diárias. É muito importante estar aqui. As pessoas precisam saber que é fundamental ter esses serviços em todos os municípios", comentou.

No meio do grupo também estava Robson de Andrade Nascimento, 60 anos, que há dois anos conseguiu superar a condição de rua. "Eu tinha família, casa, trabalho. Mas, no período da pandemia de Covid, perdi o emprego, a família e fui parar nas ruas. Até que a Kombi do Consultório na Rua oferecido pela Secretaria da Saúde me ajudou; depois fui para o Centro Pop e outros serviços da Assistência", contou.

Questionado sobre o motivo de participar da caminhada mesmo já tendo conquistado sua casa, Robson respondeu: "Vim ver meus antigos colegas. Na rua, a gente passa muita humilhação. Muita gente acha que quem está na rua é bandido, mas eu nunca mexi com coisa errada. Consegui uma casa, estou me organizando sozinho e conquistando minha autonomia." Ele acrescentou que sente muita gratidão pela assistente social Elia Valeska e pela psicóloga Dayana Dutra.

A gerente de Proteção Social de Média Complexidade, Fabíola Calazans, destacou que o evento busca promover a integração entre a população em situação de rua e a sociedade, além de fortalecer a luta e o luto por essa população.

Já a secretária de Assistência Social, Soraya Manato, ressaltou que a proposta da caminhada é reforçar a luta e o luto da população em situação de rua, promover visibilidade e integração com a sociedade e fortalecer o diálogo sobre direitos e políticas públicas.

A caminhada foi organizada pelos trabalhadores de todos os serviços socioassistenciais de Vitória. A produção dos cartazes e das vestimentas foi feita pelos munícipes atendidos nos serviços de acolhimento e Centros Pop.

Foto Divulgação
Moradores em situação de rua
Foto Divulgação
Moradores em situação de rua