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Banco Herbert de Souza entrega 500 cestas de alimentos em agosto
Publicada em 01/09/2023, às 13h10 | Atualizada em 01/09/2023, às 13h26
Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes
Mais 130 famílias da capital cadastradas no CadÚnico e atendidas nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) de Santo Antônio , Inhanguetá e Centro receberam, na manhã da quinta-feira (31), no Tancredão, cestas de alimentos. Com mais esse grupo, o número de famílias que receberam cestas de alimentos neste mês atingiu a marca de 500 famílias.
Esse volume de entrega foi possível graças à parceria do Banco de Alimentos Herbert de Souza, mantido pela Secretaria de Assistência Social (Semas), com o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social Sebastião Perovano (Idesp), a Associação do Ministério Público e o Clube Vitória. As três instituições juntas já doaram, neste ano, 30 toneladas de alimentos para o Banco, consolidando-se como os maiores doadores na cidade de Vitória.
Uma das pessoas que recebeu a cesta de alimentos foi Renata Dos Santos Pinto, de 39 anos. Moradora de Santo Antônio, mãe de três filhos e com o marido desempregado após um acidente, ela passou a vender bala na porta de uma escola no bairro. Mas, segundo ela, a renda familiar, mesmo juntando a aposentadoria do marido, o valor do Bolsa Família e o que arrecada com as vendas, não chega a R$ 1.000,00.
"Não é suficiente para pagar as contas acumuladas desde a pandemia de Covid-19, as despesas fixas como comprar comida. Meu Bolsa Família é muito baixo. Então, estava faltando tudo. O óleo acabou, o arroz acabou. Tinha um restinho de feijão", comentou. Renata ainda contou que chegou ao local para a retirada da cesta de alimentos com duas horas de antecedência, porque estava "desesperada"." Sai de casa cedo cheguei antes de abrir, para ter coisa para fazer para o almoço. Hoje, vai ter fartura".
A catadora de recicláveis Alvanita Maciel da Silva, 51, revelou: "se não fosse esta cesta passaria fome esta semana". Ao ser questionada como estava fazendo até receber a informação de que seria uma das mais de 100 pessoas atendidas com a cesta de alimentos, Alvanita disse que "se virava como podia". "Recebendo agora a cesta de alimentos, o que conseguir com a venda de latinha já compro uns pés de galinha, alho e uma maçã. Ontem, vendi uma planta (um pé de alecrim) que tinha em casa para comprar óleo e assim vou me virando", comentou ela.
Alvanita disse que "trabalha" a mente para que as dificuldades não a abalem. "Eu aproveito as oportunidades. Já fui acolhida pelo Abrigo 1, pelo Abrigo Jabour, onde recebi muito apoio. Agora, estou domiciliada. Consegui alugar uma kitnete no Centro da cidade. O pior é passar fome. Eu já passei fome, porque meu pai foi embora e deixou a gente (a mãe e os irmãos). Minha mãe lavava roupa na mão em troca de batata e umas folhas grossas", contou ela.
Emoção
Sem emprego e vivendo como catadora de papel, Sônia Valéria Silveira, 47, estava toda sorridente, emocionada e agradecida com a cesta de alimentos recebida. "Estava faltando tudo mesmo. Vivo sozinha e com muita dificuldade. Estava comendo farinha com feijão. Agora, vou fazer o que recebi durar muito. Eu como pouco", falou ela.
A situação dessas três atendidas com a doações se assemelha a da idosa Evanir Gameira Cordeiro, de 61 anos, moradora de Tabuazeiro, que retirou a cesta de alimentos na manhã desta quarta-feira (30), na Casa do Cidadão, em Maruípe.
Com mal de Parkinson, a idosa precisou de ajuda para conseguir chegar com a cesta até um carro de aplicativo. Caminhando ao lado do trabalhador do Banco de Alimentos , que a ajudava, dona Evanir disse: "Graças a Deus veio essa cesta. Já tô imaginando um mingau de aveia ou fubá, porque isso mata a fome. Agora, que recebi posso tirar um dinheiro para comprar um chinelo. O sapato que estou hoje eu ganhei" .
Logo em seguida, a idosa disse que estava correndo atrás de uma aposentadoria pelo INSS. "Assim que conseguir aviso no Cras para que passem a cesta para outra pessoa.", afirmou Evanir.
O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, que fez questão de acompanhar a entrega das cestas, falou sobre a importância e o privilégio de levar alimentos à mesa de famílias da capital. "Nossa prioridade máxima tem sido cuidar das pessoas, olhar por todos, mas, principalmente, por aqueles que mais precisam. É isso que queremos! Continuar nosso trabalho fazendo de Vitória uma capital que nos encha de orgulho, com qualidade de vida para todos que aqui habitam", disse.
O presidente do Idedp, Antônio Perovano, disse comemorar a parceria com a Secretaria de Assistência Social . "A secretaria nos ajuda a identificar as pessoas para a gente não errar e fazer chegar a quem mais precisa ", declarou ele.
O vice-presidente do Vitória Futebol Clube José Augusto Bermudes disse estar orgulhoso em participar da campanha de doação. "Uma ação que trabalha para levar alimento para todos que necessitam em Vitória. Em todas essas ações o clube vai estar presente", garantiu ele.
A equipe do Banco de alimentos comemora as parcerias, mas ressalta que o acesso a alimentação é um direito humano, previsto na legislação, e que as pessoas beneficiadas estão acessando a esse direito.
"A ação de distribuição de alimentos em parceria com doadores é uma maneira de compartilhar a responsabilidade com a construção de uma sociedade mais igualitária, mas não pode ser confundinda com caridade, pois é, antes de tudo a garantia de um direito", explicou a gerente de Segurança Alimentar e Nutricional Roseane Fernandes.
A secretária de Assistência Social, Cintya Schulz, destacou que o município de Vitória tem feito esforços para garantir acesso à alimentos através do Vix + Cidadania, das compras de cestas de alimentos e das captações do Banco de Alimentos. "Agradecemos aos doadores que confiam na Assistência Social e na prefeitura e contribuem para que as doações possam chegar às famílias de nossa capital", declarou ela.