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Vitória amanheceu em tom laranja neste 18 de maio
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Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes
A capital amanheceu em tom laranja, nesta quarta-feira (18). Trabalhadores das Secretarias de Assistência Social (Semas), Educação (Seme) e Saúde (Semus), além de crianças, adolescentes, pessoas idosas e com deficiência, formaram uma grande rede de proteção, para evidenciar a importância de todos juntos para levar esperança, apoio e proteção para as crianças e adolescentes. A ação marca o dia de luta no Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, 18 de maio.
Dada à importância da data, alusiva aos 50 anos de morte da menina Araceli, que foi assassinada após sofrer violência sexual, grupos vestidos em tons laranja, amarelo e branco fizeram distribuição de folhetos explicativos sobre como denunciar esse tipo de violência, sobre direitos humanos e sugestões de como conversar com crianças e adolescentes sobre o tema.
A ação aconteceu nas vias de São Pedro a Jardim Camburi, passando pelas avenidas: Serafim Derenzi, Marechal Mascarenhas de Moraes, Leitão da Silva e Maruípe.
Girassóis, que simbolizam o Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, faixas e cartazes foram afixados em pontos estratégicos, como na Praça de Eucalipto, localizada em frente ao Hospital Santa Rita, e prédios públicos como o Centro de Vivência para pessoa idosa do Centro de Vitória.
Experiência
A aposentada Sandra Nara Silva, de 68 anos, participa do grupo de convivência na Ilha do Príncipe e, nesta manhã, fez questão de estar presente na ação de luta e enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes, realizada no Centro de Vivência do Centro - CCTI Centro. "A gente tem experiência para falar com essas crianças e adolescentes sobre os riscos. É muito importante a gente falar para eles", disse a aposentada.
Para a dona de casa Aldia do Nascimento, de 72 anos, a ação é fundamental para a sociedade. "Para chegar a ser uma pessoa idosa é preciso ter sido criança e, passar pela adolescência. Nós, idosos, temos vivência para falar, explicar, aconselhar. E, esse encontro também é bom para nós", comentou.
A fala da dona de casa encontrou consonância na estudante Amanda Lima, de 11 anos, estudante do 6º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental São Vicente de Paulo. "Temos que escutar para aprender a nos proteger. Essa ação é maravilhosa", afirmou Amanda.
Encontro intergeracional
O Centro de Vivência Centro foi o cenário do encontro intergeracional com foco na proteção de crianças e adolescentes, contando com a participação de estudantes de escolas da rede municipal de ensino, do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para crianças - Cajun Quadro, usuários do CCTI Centro e representantes do Conselho Tutelar.
A gerente de Proteção Social de Média Complexidade da Secretaria de Assistência Social de Vitória (Semas), Fabíola Calazans, destacou que o dia 18 de maio é o dia intensificar as ações, de ir às ruas, de gritar palavras de ordem, mostrar toda a luta da sociedade em defesa das crianças e adolescentes, mas que o trabalho de proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes é feito diariamente nos espaços da Assistência Social de Vitória.
"Trabalhamos, incansavelmente, por um futuro mais seguro e promissor, onde cada criança e adolescente possa existir, crescer e desenvolver seu potencial plenamente", destacou.
A secretária de Assistência Social, Cintya Schulz, disse ser radical quando o assunto é garantia de direitos, principalmente, os de crianças e adolescentes. "É fundamental que a sociedade esteja atenta e unida para proteger os direitos das nossas crianças e adolescentes. Sem eles não existe futuro", disse ela.
Cintya foi ainda mais enfática: "O combate ao abuso e exploração sexual infantil é bem desafiador e para uma proteção eficaz é preciso união, pois estudos apontam que a maioria dos casos acontecem em ambientes que deveriam ser seguros para crianças e adolescentes, que é dentro da família e/ou praticados por pessoas da família ou conhecidas da vítima".
Abuso
Situação como a relata por Cintya aconteceu com o orientador do rotativo, Renato Marques Pereira, de 22 anos. Ele contou que aos sete anos perdeu a mãe, ficando aos cuidados de outros familiares, quandoa dos 9 até os 11 anos, passou a sofrer abusos por parte de um familiar.
"Só consegui falar sobre o assunto aos 18 anos. É muito difícil, mas consegui romper com esse ciclo de violência. Aprendi a com essa situação. Fui acolhido por uma família. Hoje, sou formado como cuidador de idosos; tenho o ensino médio completo; e trabalho muito. Ser cuidador de idosos me ajudou nesse processo para me reerguer", comentou ele.
Depois de ser surpreendida com essa história, revelada em um bate-papo enquanto pagava o tíquete de estacionamento rotativo em Bento Ferreira, perguntei a Renato se, hoje, teria algum conselho para crianças e adolescentes. Ele disse: "procure ajuda dos professores ou algum colega de turma que você confie na escola. A escola pode ser o seu lugar de acolhida. Eu fui acolhido pela mãe da minha melhor amiga de escola", contou.
Denúncia
Se você tiver suspeita ou conhecimento de alguma criança ou adolescente que esteja sofrendo violência, denuncie! Isso pode ajudar meninas e meninos que estejam em situação de risco. As denúncias podem ser feitas a qualquer uma dessas instituições:
• Conselho Tutelar da cidade;
• Disque 100 ou disque denúncia local;
. Disque 181;
• Delegacias especializadas ou comuns;
• Polícia Militar, Polícia Federal ou Polícia Rodoviária Federal;
• Número 190;