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Vitória 474 anos: munícipes relembram histórias e transformações da capital

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Por Maya Dorietto (modoriettoeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes


Foto Divulgação
Maria Schirley Bastos
Maria Schirley Bastos lembrou como era a vida em Jardim Camburi na década de 1990.
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Maria José
Maria José contou que sempre gostou de ir à Catedral de Nossa Senhora da Vitória e ver os enfeites de Natal na Praça do Parque Moscoso.

A Ilha de Vitória está completando 474 anos. A data, celebrada no dia 8 de setembro, é marcada por muitas histórias de quem cresceu junto com a cidade e guarda lembranças afetivas que mostram como a capital se transformou ao longo das décadas. Moradoras antigas compartilham suas memórias, recordando momentos que ajudam a contar essa trajetória.

A aposentada Maria Schirley Bastos, de 67 anos, lembra como era a vida em Jardim Camburi na década de 1990, quando decidiu morar no bairro. "Naquela época, havia pouquíssima infraestrutura. As ruas não eram calçadas, os prédios eram raros e o ônibus só passava perto do shopping. Eu morava depois da igreja matriz e, quando chovia, era um desafio: ia de chinelo até o ponto e levava outro calçado limpo para o trabalho, porque as ruas ficavam cobertas de lama. Aos poucos tudo foi mudando, surgiram os prédios, vieram os comércios, o shopping e o bairro se transformou. Foi muito bonito acompanhar esse crescimento."

Já a esteticista Maria José Cunha, 61 anos, veio de Minas Gerais para Vitória há 32 anos, acompanhando o marido transferido para o Porto de Tubarão. "Eu cheguei grávida de três meses e aqui construí minha vida. Criei meus três filhos, que hoje estão casados ou noivos, e o bairro de Jardim Camburi sempre foi nosso lar. No início, era um lugar bem mais calmo, com prédios baixos e ruas tranquilas. Eu adorava passear no calçadão e na Praia de Camburi, que sempre foi referência de lazer para as famílias", contou.

Com o passar dos anos, ela viu o bairro se tornar um dos mais movimentados da cidade. "Vieram os barzinhos, os restaurantes, as opções de lazer. Hoje, o bairro é vivo, cheio de movimento e com espaços que antes não existiam. A Praia de Camburi também melhorou muito: o calçadão está lindo, com parques e áreas de convivência. Eu moro no final da praia e lembro que antes era muito isolado. Hoje, não: a gente sai com tranquilidade, aproveita a noite e vive bem melhor."

Maria José também guarda memórias afetivas de outros pontos da capital. "Sempre gostei de ir à Catedral de Nossa Senhora da Vitória e ver os enfeites de Natal na Praça do Parque Moscoso. Hoje, a Praça do Papa também recebe essas luzes e fica ainda mais bonita. Para mim, Vitória é a melhor cidade para se viver. Cheguei pensando em ficar só sete anos e já se passaram mais de três décadas. Sempre morei em outras cidades, mas nenhuma supera Vitória. Aqui, a qualidade de vida é nota 10."

A aposentada Maria da Penha Gonzaga, de 71 anos, nasceu e cresceu em Vitória, e diz que sua vida inteira está ligada à capital. "Minha infância foi no Parque Moscoso, que era um encanto. Lembro da concha acústica, dos espaços abertos, das famílias reunidas. Depois, fomos morar em Santo Antônio, perto do cais, e mais tarde no Morro do Quadro. Naquela época, Vitória era simples, tinha poucos ônibus, mas era maravilhosa. Íamos à missa de trem e aproveitávamos cada cantinho da cidade."

Ela construiu sua carreira e família em Vitória, atuando por mais de 30 anos na área da educação. "Fui professora, dei aulas particulares, trabalhei em escolas da rede municipal e também na merenda escolar. Foi uma vida inteira dedicada à educação em Vitória, e tenho muito orgulho disso. Aqui casei, criei meus três filhos e vi cada um conquistar seu espaço. Mesmo viajando pelo Brasil, nunca encontrei um lugar como Vitória. Quando volto, sinto imediatamente o calor de estar em casa."

Maria da Penha também relembra os momentos de lazer em comunidade. "Quando vim morar em Jardim Camburi, lembro do clube que funcionava onde hoje é a escola Ana Maria Chaves Colares. Era nossa área de lazer, com piscina, festas e música. A vida em Vitória sempre teve esse lado de comunidade, de proximidade entre as pessoas. Isso me faz amar ainda mais esta cidade."

Já a enfermeira Maria do Carmo de Souza, de 66 anos, trabalhou durante muitos anos em São Pedro, quando grande parte do bairro era formado por casas em palafitas sobre o mangue. "Eu fazia visitas domiciliares naquela época e era uma realidade muito difícil, mas também de muita superação. Com o aterro, São Pedro cresceu muito e se transformou. Eu guardo essas memórias com carinho, porque vivi de perto a mudança da comunidade."

Ela recorda também os passeios com a filha em pontos marcantes da cidade. "Gostava muito de ir ao Parque Moscoso, que tinha muitas árvores, animais soltos e um grande movimento de famílias. Era um lugar especial. Em Jardim Camburi, onde também morei, lembro de quando era tudo terra, poucas casas e sem asfalto. Hoje o bairro está completamente diferente, cresceu muito e ganhou infraestrutura. Vieram ciclovias, ruas asfaltadas e novos espaços que melhoraram a vida das pessoas. Acho muito bonito ver como a cidade está incentivando o uso da bicicleta, isso traz mais saúde e qualidade de vida para todos."

Entre ruas de lama que se transformaram em avenidas movimentadas, bairros que cresceram e lembranças de infância que permanecem vivas, a história dessas moradoras mostra como Vitória é muito mais do que uma capital: é o cenário da vida de quem a escolheu como lar. 

No aniversário de 474 anos, Vitória celebra não apenas sua história oficial, mas também as memórias de quem a vive todos os dias.

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Maria da Penha
Maria da Penha nasceu e cresceu em Vitória. Ela diz que sua vida inteira está ligada à capital.
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Maria do Carmo
Maria do Carmo rabalhou durante muitos anos em São Pedro, quando grande parte do bairro era formado por casas em palafitas sobre o mangue.