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Vitória 474 anos: histórias de quem chegou para ficar e se encanta pela capital
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Por Bárbara Bueno Sá (barbara.saeira$4h064+pref.cdtiv.com.br), com edição de Andreza Lopes
"Vitória, obrigado por ser a morada de toda a beleza
Por nos brindar com tuas lindas paisagens, tua natureza
Abundante presença do verde traduz tua história
E agora, parabéns muitos anos de vida e de prosperidade"
Assim diz o cantor e compositor Carlos Papel, carioca de nascimento e capixaba de coração, em sua canção Sem Palavras.
Não é à toa que a cidade, que completa 474 anos na próxima segunda-feira (8), desperta sentimentos tão profundos em quem aqui nasceu ou chegou à cidade e nunca mais quis ir embora.
Assim como Carlos Papel, muitos vieram de outros cantos do Brasil e encontraram na capital capixaba o seu lugar no mundo. Seja pelo mar que abraça a cidade, pela vida leve que pulsa em cada calçadão ou pela simplicidade calorosa dos encontros, Vitória tem o dom de acolher e transformar visitantes em moradores apaixonados.
Foi exatamente assim com Giulia Carolo, 28 anos, terapeuta integrativa e natural de Ribeirão Preto (SP). Em setembro de 2024, desembarcou na cidade em busca de mais qualidade de vida. Visitou outros lugares antes, mas ao chegar a Vitória, o coração decidiu por ela. "Depois que cheguei, nunca mais consegui ir embora", conta.
Apaixonada pelo contato com a natureza, Giulia faz da orla e do mar seu quintal: corre, nada, joga beach tennis e pedala. No TikTok, compartilha seu cotidiano com milhares de seguidores, falando sobre como é viver em Vitória. "Ao compartilhar minhas experiências aqui em Vitorinha, ganhei visibilidade no TikTok e fui muito acolhida por muitas pessoas. Isso faz com que eu me sinta parte desse lugar", diz.
Além da rotina leve e dos esportes, ela também se encantou pela culinária local. "Eu amo frutos do mar e pude experimentar a melhor moqueca de todas, a capixaba!", revela. Tanto encantamento acabou contagiando até seus seguidores: "Eu já incentivei uma pessoa que me segue nas redes sociais justamente por ver meus vídeos sobre minha mudança pra cá e ela acabou de vir fazer um teste e está apaixonada." Para Giulia, a decisão é definitiva: "Com certeza! Eu sinto que aqui é meu lugar no mundo..."

A trajetória de Thaís Eduão, 42 anos, é diferente, mas leva ao mesmo destino. Servidora pública, natural de Brasília, ela chegou em 2009 após ser aprovada em concurso. No início, não queria sair da sua cidade natal. "Cheguei a cogitar pedir transferência para voltar, foi difícil me adaptar", relembra. Mas a resistência virou encantamento. "Acabou que foi a melhor coisa porque me adaptei ao estilo de vida da cidade e hoje tenho a certeza de que é a cidade que quero viver pelo resto da vida."
Hoje, Thaís aproveita cada detalhe da rotina da ilha: vai ao trabalho de bicicleta, caminha pela orla, frequenta a academia e diz que não precisa de carro para nada. "Vitória é uma capital do sudeste onde, na minha opinião, podemos ter uma melhor qualidade de vida. Morar próximo à praia, montanhas e cachoeiras, tem um custo de vida mais barato comparado às outras capitais, boa mobilidade sem precisar ter seu carro: hoje eu me desloco para o trabalho, academia, supermercado, bancos etc à pé ou de bicicleta, isso é impagável. É uma cidade leve, alegre, linda."
Entre suas memórias favoritas está a emoção de participar das 10 Milhas Garoto, cruzando a Terceira Ponte correndo e ouvindo os gritos de incentivo da população. "Foi uma das experiências mais marcantes da minha vida." Hoje, ela não tem dúvidas: "Com certeza absoluta, vivo a cidade como se fosse a minha natal. Certamente, não cogito sair daqui para morar em nenhuma outra cidade."
Histórias como as de Giulia e Thaís mostram que Vitória encanta não apenas quem nasce aqui, mas também quem chega em busca de novos caminhos. Aos poucos, a cidade se infiltra nas rotinas, nos afetos, nas escolhas.
Aos 474 anos, Vitória segue sendo esse lugar onde o extraordinário se encontra no simples: correr na beira-mar, sentir o vento da orla, compartilhar uma moqueca e encontrar amigos no calçadão. É uma capital vibrante, mas que guarda o aconchego de uma cidade pequena. Um pedaço de terra cercado de mar e de encantos, que transforma visitantes em apaixonados moradores.
E como já cantava Carlos Papel, nada resume melhor o sentimento do que dizer:
"Eu já sei o que dizer pra você, minha linda cidade
Eu só sei que eu te amo, te amo, te amo demais, Vitória."