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Seminário sobre combate ao trabalho infantil vai focar na importância da intersetoralidade
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Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes

Nesta terça-feira (7), trabalhadores da Assistência Social de toda a Grande Vitória se reúnem no VI Seminário do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) Região Metropolitana. A proposta é suprir a necessidade de capacitação técnica dos profissionais que atuam diretamente na identificação e no enfrentamento ao trabalho infantil. O encontro será no auditório do Hospital da Polícia Militar do Espírito Santo (HPM), das 8 às 13 horas.
De acordo com a comissão organizadora, o seminário representa uma oportunidade de reafirmar o compromisso coletivo com a erradicação do trabalho infantil e com a promoção de políticas públicas mais eficazes. Por isso, o tema escolhido foi "Intersetorialidade no Enfrentamento ao Trabalho Infantil: Assistência Social, Educação e Saúde como Estratégia de Proteção e Prevenção".
Entre os meses de abril a junho de 2025, foram registrados 166 casos de trabalho infantil envolvendo crianças e adolescentes da Região Metropolitana de Vitória. O levantamento inclui os municípios de Serra, Cariacica, Vila Velha, Viana e também a capital. Somente em Vitória, foram contabilizados 135 casos, o que representa aproximadamente 81% do total registrado na região.
As vítimas dessa violação de direitos residem majoritariamente nos bairros São Benedito, Maria Ortiz, Caratoíra, Piedade, Forte São João, Romão, Bonfim, Tabuazeiro, Santa Martha, Conquista, Resistência, Santos Reis, Santo André, São Pedro e Nova Palestina, territórios marcados por vulnerabilidades sociais e econômicas.
Em relação à faixa etária, 81 adolescentes têm entre 14 a 17 anos, o que representa 60% dos casos registrados na capital. Outros 45 casos envolvem crianças de 7 a 13 anos, correspondendo a 33% do total. A maioria dos casos são do sexo masculino, com 108 registros, o equivalente a 80% do total. Quando analisada à auto declaração de cor/raça, 88 adolescentes (65%) se identificam como pardos, 24 (18%) como pretos e 23 (17%) como brancos.
A técnica de referência do Peti em Vitória, Precilla Giacomin Peçanha Tosta, disse que o trabalho infantil representa uma grave violação dos direitos de crianças e adolescentes, comprometendo seu desenvolvimento físico, emocional e educacional. "A meta é fortalecer a articulação intersetorial e promover estratégias concretas para o enfrentamento do problema", comentou ela.
Precilla disse ainda que o seminário também busca promover o engajamento de gestores e organizações na construção de estratégias eficazes. "A troca de conhecimentos e a sensibilização dos participantes contribuirão para uma abordagem mais integrada e eficiente na erradicação dessa prática", ressaltou a técnica de referência.
Soraya Mannato, Secretária de Assistência Social de Vitória, destaca a importância da intersetorialidade no combate ao trabalho infantil: "O enfrentamento ao trabalho infantil exige uma ação conjunta e articulada entre diferentes setores. Não é apenas a assistência social, é também uma pauta da educação, da saúde, da justiça e da proteção ao trabalho. A intersetorialidade é fundamental para que possamos olhar para a criança e o adolescente de forma integral, compreendendo suas vulnerabilidades e fortalecendo a rede de proteção".
Programação
8h - Credenciamento e Coffee Break
8h30 - Abertura
9h - Composição da Mesa de Abertura
Tema a ser apresentado pelos palestrantes: "A temática do trabalho infantil nas políticas públicas: impactos, desafios e estratégias de enfrentamento".
10h - Carla Mognato Scardua Shalders. Assistente Social. Pós Graduada em Gestão Pública. Subsecretária de Proteção Social Especial na Secretaria Municipal de Assistência Social de Vitória
10h40 - Julia dos Santos Bernardo. Graduada em Enfermagem, Ciências Biológicas e Pedagogia. Possui pós-graduação em Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos (EJA), Gestão e Educação Ambiental. Coordenadora Operacional do Programa Busca Ativa Escolar do Município de Guarapari, tendo sido responsável pela implementação e fortalecimento do programa no município, com foco no trabalho intersetorial.
11h20 - Edleusa Cupertino. Mestra em Saúde Coletiva/Ufes. Especialista em Violência contra Criança e Adolescente. Especialista em Saúde do Trabalhador. Membro do Laboratório de Estudos de Violência, Acidentes e Saúde (LAVISA-Ufes). Analista em Gestão de Saúde. Servidora do SUS/Fiocruz, cedida à Vigilância Epidemiológica de Violência da Secretaria de Saúde do Espírito Santo.