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Seminário reúne trabalhadores para dialogar sobre ações voltadas para população em situação de rua
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Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes
Para fechar o mês que é marcado pela luta em prol dos direitos da pessoa em situação de rua, a Secretaria de Assistência Social de Vitória (Semas), promoveu um seminário, a fim de colocar luz sobre as ações voltadas a essa população. O evento reuniu mais de 200 profissionais que atuam nos serviços socioassistenciais de Vitória e de municípios vizinhos na tarde desta quinta-feira (28).
Desenvolvido pela Subsecretaria de Proteção Social Especial, o evento intitulado "Diálogos Ruas Visíveis ou Invisíveis: A integralidade dos Serviços no Cuidado com a Pessoa em Situação de Rua", foi mais uma ação para que os trabalhadores possam ter mais aproximação, intervenção e reflexões sobre a Politica Nacional para Pessoa em Situação de Rua.
Para condução do processo, a assistente social e mestranda Simone Alves dos Santos, que atua há 17 anos no Serviço Especializado de Abordagem de Rua (Seas) de Vitória, e a coordenadora geral de Proteção Social Especial de Média Complexidade do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Valéria Maria de Massarani Gonelli, proferiram palestra com a intermediação da gerente de Proteção Social Especial de Média Complexidade, Fabíola Calazans.
Simone abriu a palestra chamando a plateia a olhar para o sujeito, o ser humano para além do conceito político dedicado às pessoas em situação de rua. "As pessoas só querem que a gente escute. Escutar de forma qualificada. Não podemos reduzir nosso olhar apenas para a violação, precisamos ter a compreensão de outras dimensões importantes de suas vidas, como suas habilidades, experiências, histórias, sentimentos e biografia de vida", afirmou ela.
Simone disse que é preciso falar sobre o processo de trabalho voltado para população em situação de rua. "Este trabalho é visto como subtrabalho. Mas é preciso olhar estes usuários como a gente olha para gente. É um trabalho desafiador. Mas precisamos compreender as experiências, as dificuldades. É preciso pensar no que posso fazer pelo outro com olhar humano. Nosso trabalho é diário e contínuo", pontuou a doutoranda.
Em sua apresentação, a coordenadora geral de Proteção Social Especial de Média Complexidade do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Valéria Maria de Massarani Gonelli, fez questão de enfatizar que o caminho da defesa dos direitos. "Nós vivemos numa sociedade que tem dificuldade de reconhecimento de direitos. É preciso que a gente pegue isso, porque deriva todos os nossos outros preconceitos", disse ela.
Ao final, a representante do MDS ressaltou que é fundamental a iniciativa da Semas de juntar os trabalhadores e usuários, aproximando-os para a troca de experiências e enriquecimento das ações. "Estou muito feliz aqui. Faz tempo que não vejo um município em que as coisas estão acontecendo, fluindo. Na perspectiva da população em situação de rua, a oferta de serviços está muito interessante", avaliou Valeria.
O seminário contou com a presença do secretário da Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho de Vitória, Luciano Forrechi, a assessora adjunto da Secretaria de Governo, Neuzinha de Oliveira, lideranças do Legislativo municipal e religiosas de entidades parcerias da Semas. Além da promotora de Justiça Sandra Maria Ferreira de Souza, da coordenadora do Grupo Intersetorial do Programa de Moradia Alternativa Anailda Perini de Carvalho, o representante do coletivo Ação Social Sai da Rua, Mário Antônio Cardoso entre outras representações.
Na abertura a subsecretária de Proteção Social Especial, Carla Scardua, ressaltou que o seminário era um convite a todos que lidam com esse segmento da sociedade a pensarem respostas sobre as práticas cotidianas, aos processos de trabalho, sobre como é a proteção para as pessoas em situação de rua. "São perguntas que podem e devem ser direcionadas a todas as políticas sociais que contribuem para a promoção, inclusão e acesso aos direitos. É preciso implicar os entes federados, as secretarias municipais e as redes. Precisa da assistência, da saúde, mas também precisa da habitação, da cidadania, do trabalho, da educação, da cultura", evidenciou Carla Scardua.
Soraya Manato, secretária de Assistência Social de Vitória, reforçou o impacto das ações desenvolvidas para a população de rua, a robustez da rede de atendimento a esta população e importância da união de todas as políticas públicas para atendimento às demandas dessa parcela da população na perspectiva da superação da condição de rua.
A promotora de Justiça, Sandra Maria, fez questão de parabenizar a equipe da Assistência Social de Vitória pela sensibilidade e comprometimento com o trabalho. "A Prefeitura de Vitória está muito bem servida com suas equipes que desenvolvem um trabalho tão brilhante que facilita a vida do Ministério Público. Os desafios são diários e é nesse momento que a gente se socorre no estudo de casos. E é nesse estudo que a gente consegue encontrar caminhos", enfatizou.