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Pessoas em situação de rua concluem EJA e planejam futuro

Publicada em 12/12/2019, às 18h32

Por Paula M. Bourguignon, com edição de Matheus Thebaldi


  • Erradicação da pobreza
  • Educação de qualidade
  • Redução das desigualdades

Guiomedce Paixao
EJA centro pop Andressa professora
Centro-Pop oferece a modalidade Educação de Jovens e Adultos para pessoas em situação de rua

Conquista, recomeço e superação. Essas são algumas palavras que definem o momento que cinco pessoas em situação de rua estão vivenciando. Elas irão receber o certificado de conclusão do Ensino Fundamental na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), nesta sexta-feira (13), na quadra da escola de samba Nova Império, às 19 horas.

Os usuários frequentam diariamente as aulas no Centro de Referência para a População em Situação de Rua (Centro-Pop), em Mário Cypreste, por meio da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Prof. Doutor Admardo Serafim de Oliveira, com aulas de Português, Matemática, História, Geografia, Ciência, Artes e Educação Física, entre outras disciplinas.

Após 30 anos sem estudar, Kleber Mendes, 57, decidiu encarar os livros e cadernos e só tem motivos para comemorar e planejar o futuro. 

"Estou muito feliz em concluir o Ensino Fundamental. Saio sabendo um pouco mais de leitura. Para mim, isso daqui é mais um passo vencido. Comecei como se fosse do zero. Pretendo agora fazer curso técnico de Segurança do Trabalho no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes)", afirma Kleber.

Persistência

"Podem ter vários que desistem ao longo do caminho. Mas eu não. Sou muito persistente naquilo que eu acredito. Me sinto muito alegre e orgulhoso de mim mesmo. Agora em diante é só vitória. Já estou como décimo suplente em Guia de Turismo no Ifes e aguardando ser chamado", disse Alamo Tel, de 42 anos.

Motivação

"Para nós, professores, são motivos de motivação e orgulho. Muitos podem desistir no decorrer dessa caminhada, mas eles foram além. Isso é resultado de quem persistiu e acreditou. Não desistiram mesmo diante das dificuldades", disse a professora de Alfabetização, Andressa Pereira Neves Batista.


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