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Futebol promove integração e inclusão de pessoas em situação de rua
Publicada em 13/09/2019, às 16h43 | Atualizada em 13/09/2019, às 17h12
Por Paula M. Bourguignon, com edição de Matheus Thebaldi
Pessoas em situação de rua de Vitória, Serra e Vila Velha participaram de partidas de futebol callejero no Tancredão, na manhã desta sexta-feira (13).
O futebol callejero (de rua, em português) foi concebido como uma resposta às crises que afetam e atravessam o “ser jovem” na América Latina. Ele parte do poder mobilizador do futebol para atrair a atenção e criar vínculos entre os participantes. O clima de inclusão social e descontração tomou conta dos jogadores.
"É muito importante porque incentiva as pessoas a querer sair das ruas e buscar uma vida mais digna e uma nova oportunidade", disse Mateus Miranda, de 37 anos.
"O futebol serve para tirar nossa adrenalina e relaxar a nossa mente. Nosso dia a dia é meio corrido e agitado nas ruas. Muito bom quando nos reunimos assim", declarou Vilson Costa, de 52 anos.
"Amo jogar futebol. Proporciona lazer e saúde. Hoje estamos promovendo a união de todos aqui", comentou Ari Anselmo dos Santos, de 50 anos.
"O futebol callejero é honesto. Trabalha a compreensão de um com o outro. Temos a mistura de vários Centros-Pop hoje, e isso é muito bacana. Todos aqui estão tendo a oportunidade de ressocializar", declarou Lucas Rosendo, de 30 anos.
"No futebol, conseguimos nos concentrar em uma coisa só: a bola. Vim hoje aqui para incentivar meus amigos. Tudo que é promovido com respeito faz a diferença em nossas vidas. Essa atividade pode resgatar muitos de nós das ruas. Quem mais ganha somos nós", disse Joilson Santos, de 50 anos.
"Estamos aqui para motivar a continuar nesse propósito de vencer, independente de qual for a meta de cada um. Só de chegarmos até aqui somos mais que vencedores", afirmou Alamo Tel Brater, de 43 anos.
Convívio
"O futebol callejero é uma modalidade diferente do tradicional, em que trabalhamos, principalmente, o respeito, a solidariedade e o companheirismo. Com isso, conseguimos trabalhar também a mediação e a redução de danos. Porque os assistidos reduzem o consumo de substâncias para estarem bem para poder jogar", explicou o psicólogo do Centro-Pop, Lucas Torquato.
Amizade
"A atividade física é importante para a promoção da saúde das pessoas em situação de rua. Muitos, às vezes, não dormem à noite. Essa atividade, então, proporciona bem-estar, além de melhorar a respiração e a flexibilidade", ponderou Carlos Oliveira, que atuou como voluntário da ação.
Solidariedade
"Hoje conseguimos promover a igualdade e a cordialidade entre todos os assistidos dos Centros-Pop. Estamos colocando em prática o que tentamos transmitir para eles no nosso dia a dia, aém de fazermos esse intercâmbio com os Centros-Pop de Vila Velha e Serra", falou o educador social Henrique dos Anjos.
"O futebol já é coletivo. Junto a isso, desenvolvemos a harmonia, o diálogo e a aproximação de todos. Às vezes, a vida é tão corrida que não dá tempo de conversar e ter uma amizade com o outro. Buscamos também trabalhar a solidariedade. É uma troca mútua deles com a gente e nós com eles", disse o educador social João Batista Amorim de Oliveira.
"Nas partidas de futebol callejero, desenvolvemos a inclusão social entre os assistidos e três vertentes: o compromisso, o respeito e a solidariedade. Não é um campeonato para se competir, mas para promover a integração de todos", disse Zilane Ferreira Lima, supervisora técnica do Centro-Pop de Vitória.
Coletividade
"O futebol callejero já é uma experiência trazida pelas pessoas em situação de rua no passado. Este ano, reunimos os coordenadores dos Centros-Pop de Vitória, Sera e Vila Velha e pensamos que isto faz parte da cultura do ser humano: a questão do esporte e do lazer. O nosso objetivo principal não é fazer gols, mas promover a coletividade e o respeito com essas partidas amistosas", declarou o coordenador do Centro-Pop, Mauro Motta.