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Encontro cultural leva tradição do Congo e das paneleiras à comunidade escolar de Goiabeiras
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Por Maya Dorietto (modoriettoeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes
As tradições ancestrais de Goiabeiras ganharam espaço no ambiente escolar na segunda-feira (27), durante a realização da roda de conversa "O Congo Compartilhado em Encontro de Gerações", na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Almirante Barroso, em Vitória.
A atividade integrou o projeto contemplado pelo Edital de Chamamento Público nº 003/2024, voltado ao apoio às expressões, celebrações e saberes tradicionais do Congo e do ofício das Paneleiras de Goiabeiras, iniciativa da Prefeitura de Vitória, da Secretaria Municipal de Cultura (Semc), por meio do Fundo Municipal de Cultura (FunCultura).
Com rodas realizadas nos turnos vespertino e noturno, o encontro reuniu cantadeiras, congueiros, estudantes do ensino médio, alunas e alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), professoras, professores e trabalhadoras e trabalhadores terceirizados da escola.
A proposta teve duração de aproximadamente duas horas por turma, e proporcionou momentos de escuta, canto e aprendizado coletivo sobre os elementos simbólicos e musicais que compõem a cultura do Congo.
A roda de conversa - metodologia herdada dos griôs, paneleiras, foliões e cantadeiras da comunidade - foi conduzida pela paneleira, congueira e pesquisadora Jamilda Alves Rodrigues Bento, coordenadora voluntária da proposta, ao lado da proponente Helenice Rodrigues e do produtor Marcos Vinícius Rangel, também capitão da Banda de Congo Panela de Barro de Goiabeiras.
O grupo contou ainda com a presença de cantadeira, tocador de tambor e tocador de casaca de cabeça esculpida, que animaram e ilustraram os saberes compartilhados por meio da música e da oralidade.
Durante o encontro, os participantes puderam conhecer de perto os toques do tambor e da casaca, as cantigas do Congo, da Folia de Reis e da brincadeira do Boi Estrela de Goiabeiras, expressões que fazem parte do patrimônio cultural e imaterial da cidade. O projeto também contemplou a aquisição de instrumentos tradicionais, camisas alusivas à ação e uniformes para os integrantes da banda, fortalecendo a continuidade e a visibilidade das práticas culturais do território.
Para Jamilda Bento, o momento foi de partilha e afeto. "Acreditamos que a vivência no espaço escolar pode ficar mais gostosa quando desenvolvemos o entrelaçamento de saberes e fazeres, como o é a realização desta roda de conversa intitulada O Congo Compartilhado em Encontro de Gerações", destacou a paneleira-congueira-pesquisadora.
Os próximos encontros da roda de conversa também já estão programados, ampliando o diálogo entre mestres da cultura tradicional e diferentes públicos da cidade:
6 de novembro - 5º Encontro entre cantadeiras e congueiros da Banda de Congo Panela de Barro de Goiabeiras com estudantes do Centro Municipal de Educação Infantil de Tempo Integral (Cmei TI) Jacyntha Ferreira de Souza Simões, em Goiabeiras, das 8h às 10h;
11 de novembro - 6º Encontro entre cantadeiras e congueiros da Banda de Congo Panela de Barro de Goiabeiras com estudantes do Centro de Educação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), das 19h às 21h;
13 de dezembro - 7º Encontro entre cantadeiras e congueiros da Banda de Congo Panela de Barro de Goiabeiras com crianças, adolescentes, pessoas adultas e idosas, no Galpão das Paneleiras de Goiabeiras, das 16h às 18h.