Educador social do Cajun sonha alto e vai estudar circo em Portugal
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Por Paula M. Bourguignon, com edição de Matheus Thebaldi
Guiomedce Paixao
Luiz Henrique Souza Amorim dá oficina de circo no Cajun de Nova Palestina e vai para Portugal após passar por processo seletivo
Guiomedce Paixao
Equipe do Cajun de Nova Palestina comemora a conquista do educador Luiz Henrique
Coragem, força, determinação e gratidão. Essas são algumas das palavras que definem a trajetória de vida do educador social circense do Serviço de Convivência para Crianças e Adolescentes (Cajun) de Nova Palestina, Luiz Henrique Souza Amorim, de 24 anos.
No mês de setembro, ele vai para Portugal estudar circo no Salto - Intertional Circus School, após passar por uma seleção. Antes da viagem, Luiz relembra um pouco de sua trajetória.
"Tive a oportunidade de conhecer vários profissionais e viajar boa parte do Brasil através do circo. Porém eu ainda não tinha tido experiência internacional. Participei desse processo seletivo em Portugal, passei por uma bateria de testes (físico, flexibilidade e força), além do teste artístico com a minha especialidade, que é faixa. Essa conquista é muito relevante, e ter essa responsabilidade social em trazer isso de volta para cá é essencial. Serão dois anos de muito treino e dedicação".
Ele completou: "Posso dar aula na mesma turma de onde eu venho. Isso para mim é gratificante. Muitos profissionais são bons, mas não tiveram a mesma oportunidade que eu tive. Ainda existe muito preconceito com quem mora na periferia".
Saudade
Desde os seus 7 anos de idade, Luiz se dedica ao circo, que ele conheceu no Cajun de Santo André. "Iniciei no meio cultural e artístico aqui no Cajun quando eu tinha 7 anos. Por ser tímido e ansioso, decidi vir. O Cajun iniciou a minha minha formação circense e foi onde me encontrei".
"O tio Luiz é muito divertido e carinhoso. Vou sentir saudades dele. Aprendo muito coisa bacana com ele, como subir no tecido e pular na cama elástica. Ele tem muita paciência com todos nós", disse a aluna Huliamara Paula da Silva, 11 anos.
Multiplicador
"Eu acredito no efeito multiplicador. Sou um dos frutos do trabalho desses educadores sociais. O Cajun traz muita relevância para as comunidades. Da mesma forma que os educadores semearam essas ideias para mim, hoje plantamos na vida deles. Buscamos fazer a diferença na vida deles".
Carisma
"Ele é um profissional excelente. Gostamos e valorizamos muito o trabalho dele. Isso motiva não só as crianças e os adolescentes, mas a equipe também", disse a auxiliar administrativo do Cajun de Nova Palestina, Jesica dos Santos.
"O Luiz é um cara excepcional como amigo, supercriativo e parceiro. Um cara que entende das coisas. Super carismático e muito competente. É um irmão", afirmou o educador social de dança, Jefesson Dias do Carmo.
Orgulho
"Fiquei muito emocionada com a conquista do Luiz. Porque ele vem do Cajun e está como educador social aqui conosco em Nova Palestina. Eu falo que ele é um menino de coração grande. Isso é uma conquista não só dele, mas de todos nós. Para nós, é um orgulho", disse a coordenadora do Cajun de Nova Palestina, Sonia Maria Neves.
Sonho
"É muito gratificante quando um ex-participante do Cajun se torna educador social do serviço e não para de sonhar, buscando conquistar seus objetivos. O Luiz é um exemplo de que o serviço de convivência possibilita a construção de uma identidade, quebrando barreiras, aumentando a autoestima e, principalmente, superando limites", explicou a coordenadora do Serviço de Convivência para Crianças e Adolescentes (Cajun), Anacryrema da Silveira Silva.