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Dia do Atletismo celebra o esporte-base e seu papel transformador na sociedade
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Por Julya Feitoza (jfcarvalhoeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes


Em Vitória, o atletismo é visto como uma ferramenta de transformação social e formação cidadã. O ultramaratonista, Carlos Gusmão (46), Assessor de corrida do Centro Esportivo Tancredão, destaca a importância do esporte na vida dos jovens. O esporte ensina valores como respeito, cooperação e fair play. "É uma forma de transformação social, pois dá oportunidade ao jovem de se desenvolver como ser humano, o mantém longe das drogas e da criminalidade e abre portas para estudar e construir uma carreira", afirma.
Carlos iniciou no esporte na infância e coleciona conquistas em ultramaratonas extremas. "Já participei três vezes da BR135, com 240 km pela Serra da Mantiqueira. Em 2013, cruzei o deserto do Death Valley, nos EUA, na Badwater, e fui campeão dos 250 km do Caminho de Rosa, no Sertão Mineiro. Sou o brasileiro que mais vezes completou a Spartathlon, na Grécia 246 km entre Atenas e Esparta, com limite de 36 horas. Em 2025, finalizei essa prova pela sétima vez", relata.Para o atleta, investir em políticas públicas voltadas ao esporte é fundamental: "As autoridades precisam enxergar que o esporte é muito mais que medalhas e troféus. Falta espaço e estrutura. A criminalidade não se combate apenas com repressão. Se o jovem tivesse oportunidade de frequentar uma escolinha de atletismo, muitas histórias seriam diferentes", conclui.
Com quatro décadas dedicadas á formação esportiva e uma trajetória de mais de 40 anos no atletismo, o Professor da secretaria de Esportes, Luiz Cláudio Locatelli (57) também vê no esporte uma missão de vida. Desde jovem, foi inspirado por professores que acreditavam no poder do esporte como inclusão social. "Comecei com o professor Eleomar Freire, que trouxe uma visão avançada do esporte para comunidades carentes. Tive uma breve passagem como atleta entre 1984 e 1987, mas logo assumi o papel de treinador, ainda como estudante da Ufes. O atletismo transformou a vida de muita gente que passou pelos nossos projetos sociais", relembra. Atuando desde os tempos em que o esporte carecia de apoio público, ele ressalta que o atletismo continua sendo uma ferramenta poderosa de mudança. "Mesmo sendo um esporte de base, o atletismo é capaz de operar verdadeiros milagres", conclui.
Oportunidade
O Professor Fernando Paes de Pontes (47) atua no projeto de atletismo da Prefeitura de Vitória em parceria com a Ufes, que atende crianças e adolescentes entre (7 e 17 anos). Ele afirma que o esporte é um estilo de vida que deve ser incentivado desde cedo. "Eu vejo o atletismo como um estilo de vida que precisa ser introduzido na infância. Trabalhamos com iniciação e desenvolvimento esportivo, e vejo o quanto isso muda a trajetória dos jovens", explica. Fernando destaca que muitos de seus alunos se tornaram os primeiros da família a concluir o ensino superior. "O esporte proporciona oportunidades. Alguns já conseguiram bolsas de estudo em universidades, outros recebem o Bolsa Atleta do município. O mais bonito é ver o impacto social e o crescimento pessoal de cada um", afirma.
O atletismo tem se mostrado mais do que um esporte para jovens capixabas: é uma ferramenta de transformação pessoal e social. Através de projetos de incentivo, como Plano Atletas Vitória, adolescentes encontram no esporte uma nova perspectiva de vida e a oportunidade de representar o Espírito Santo e o Brasil em competições nacionais e internacionais.
Bolsa Atleta
A jovem Luysa Gomes,(18), conta que conheceu o atletismo em (2019), por meio da indicação de outro atleta. Desde então, a modalidade passou a ocupar um papel essencial em sua trajetória. "Através de uma indicação de um atleta que me apresentou o projeto, iniciei. O que me motivou foi ver os atletas fazendo lançamentos pela televisão. O atletismo representa uma realização de um sonho e de uma vida nova", afirmou. A prática esportiva trouxe mudanças profundas em seu cotidiano."Minha vida teve várias mudanças, como na confiança e na autoestima. Saí da frente das telas, conheci novas pessoas. É uma rotina puxada, porém muito satisfatória e gratificante. Com a ajuda do Plano Atleta posso me dedicar a essa rotina", contou. A jovem acredita que a data que celebra o atletismo é também uma forma de reconhecer a luta e o esforço dos atletas. "Acredito que é uma forma de lembrar e homenagear os atletas e suas batalhas. Quero evoluir e, com isso, poder participar de competições fora e, se possível, profissionalmente, defendendo as cores do meu país", disse.
Já Arthur Nascimento (17), destaca a importância do Plano Atleta Vitória para o desenvolvimento de sua carreira esportiva. "Eu fiquei muito feliz quando recebi a mensagem de que fui contemplado com a bolsa. Isso me ajuda muito com alimentação, hospedagem, transporte e até quando viajo para competir em outros estados", Arthur lembra que a conquista da bolsa exige esforço e resultados. "É uma bolsa difícil de conseguir, tem que fazer várias papeladas, ganhar medalha, mostrar resultado. Meu plano para o ano que vem é conseguir o índice para o Mundial Sub-20, que vai ser nos Estados Unidos. Tenho o sonho de representar a seleção brasileira e, se Deus quiser, vou conseguir." O atleta também recorda um momento marcante da carreira."Em (2023), uma semana antes do Brasileiro Sub-16, eu machuquei o lombar e estava desanimado. Mas Deus me honrou e eu consegui o primeiro lugar nos mil metros", comemorou.
O mais jovem entre eles, Daniel Weslley Farias (15), também celebra as oportunidades proporcionadas pelo incentivo esportivo. "Quando fiquei sabendo que recebi o Plano Atleta Vitória, fiquei muito feliz."Daniel tem planos ambiciosos para o futuro. "Meu objetivo é me classificar para os Jogos da Juventude Brasileira e, quem sabe, para os Jogos Olímpicos da Juventude, no Senegal. Seria minha primeira seleção pelo Brasil", afirmou com entusiasmo. Entre as conquistas que marcaram sua trajetória, Daniel destaca uma vitória especial. "Uma medalha importante foi no Campeonato Troféu do Centro-Oeste. Minha sapatilha rasgou antes da prova, precisei arranjar outra, mas mesmo assim fiquei em primeiro nos 250 metros e melhorei minha marca pessoal", contou orgulhoso.
Ao longo dos anos, o esporte tem mostrado que sua relevância vai além das medalhas. É sobre oportunidade, disciplina e transformação. No Dia do atletismo, atletas e educadores capixabas celebram não apenas a história de um dos esportes mais antigos do mundo, mas também seu papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa, saudável e solidária.
Incentivo ao esporte
Aulas de Atletismo - Ufes (Projeto Prefeitura de Vitória)
Segundas e sextas: 15h30 às 18h
Terças e quintas: 15h30 às 18h
Pista de Atletismo da Ufes, Goiabeiras - Vitória (ES)

