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Crianças e adolescentes se emocionam em apresentação do coral Serenata de Favela
Publicada em 19/09/2023, às 18h30 | Atualizada em 19/09/2023, às 19h00
Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes
Alegria, emoção, encantamento e abertura de uma porta para novas oportunidades. Sentimentos e sensações despertados nas crianças e adolescentes que assistiram, na tarde desta segunda-feira (18), a apresentação inédita e exclusiva feita pelo coral Serenata de Favela para o grupo participantes das atividades do Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Crianças e Adolescentes de Nova Palestina.
A apresentação foi vista por mais de 80 crianças e adolescentes. É que além das que frequentam o espaço de Nova Palestina, participaram outras dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) de Conquista e Santo André, equipamento da Secretaria de Assistência Social (Semas).
"Essa integração teve como objetivo além de comemorar o início da Primavera, fortalecer a participação social das crianças e adolescentes, pois estamos trabalhando com o Eixo Participação Social", comentou a técnica de referência de Conquista e Nova Palestina, Juliana Medeiros.
Emoção que levou Gabrielly Magalhães da Silva, de 9 anos, às lágrimas, após se oferecer para cantar junto com o coral e fazer um solo de uma de suas músicas preferidas - Boiadeira de Canção, de Ana Castela e DJ Lucas Beat. "Ouvi o coral e me deu vontade de cantar", disse a menina.
Sonho
Ela revelou que tem o sonho de se tornar cantora e, ao ver o microfone, viu a oportunidade de cantar. "Foi a primeira vez que segurei num microfone para cantar de verdade. Ver essas meninas também da periferia cantando dá uma esperança. Se eu tiver oportunidade vou aproveitar", falou Gabrielly.
Um dos momentos que mais chamaram a atenção das crianças e adolescentes foi quando o coral abriu espaço para a apresentação da orquestra de violinos. Enquanto quatro meninas dominavam o instrumento e executavam a canção Baile de Favela de Mc João, as amigas Raissa Vitória Alves Carelli e Pérola Herbst Andrade, ambas de 9 anos, Allexya dos Anjos Lima, 11, pareciam hipnotizadas.
Raissa contou que sabia tocar o instrumento e, sempre, que escuta fica emocionada. Para Allexya, o som da música "Meu Abrigo", da banda Melim, tocou no seu coração e trouxe à memória lembranças do seu animal de estimação. "Lembrei da minha gata que sumiu. Eu cuidava dela há um ano. Desejo a ela o melhor. Enquanto elas tocavam eu sentia as notas dentro de mim", disse ela.
Sentados estrategicamente para ver todos os detalhes da movimentação dos integrantes do coral e, principalmente, da maestra e fundadora do Projeto Serenata de Favela Luciene Pratti Chagas, os olhos de Daniel Felipe Silva de Jesus Rodrigues, de 8 anos, e Kaique de Oliveira, 7 anos, expressavam que a apresentação abriu uma porta de possibilidades para eles.
"Queria tocar bateria", disse Daniel, enquanto Kaique se apressava para atender o convite para cantar uma música junto com os adolescentes do coral.
Engana-se quem acha que o encantamento ficou restrito à plateia de crianças e adolescentes, a maestra Luciene estava visivelmente emocionada durante toda a apresentação. "A gente se sente mais próxima, porque estamos num ambiente próximo ao que vivemos. É um reflexo de nossa realidade", comentou ela.
Mesmo acostumada e participando das apresentações desde 2018, a corista Letícia Barreto, de 15 anos, disse que esta apresentação foi diferente. "Os olhares das crianças e as demonstrações de carinho e agradecimento foram diferentes. Senti uma emoção muito grande. Dá vontade de levar todos eles juntos. Eles entraram na nossa vibe e, isso foi muito legal", descreveu Letícia.
A gerente de Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) Cristina Silva, destacou que a equipe vem trabalhando de forma a integrar a política pública de Assistência Social com as demais políticas públicas do município, visando estreitar os vínculos comunitários para uma convivência em comunidade cada vez mais integrada.
A secretária de Assistência Social, Cintya Schulz, disse que esse é um viés do trabalho social da Semas, onde os trabalhadores do Sistema Único da Assistência Social de Vitória utilizam várias linguagens e ferramentas para novas oportunidades possíveis de vida e convivência. Fazer sonhar, mostrar caminhos e ressignificar suas histórias faz parte do trabalho do serviço de convivência e fortalecimento de vínculos no Sistema único de Assistência Social (Suas) Vitória.