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Centro de Convivência para Pessoa Idosa de Jardim da Penha celebra 18 anos
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Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes
O Centro de Convivência da Pessoa Idosa de Jardim da Penha, ainda conhecido como CCTI de Jardim da Penha, celebrou, na tarde desta quarta-feira (29), seus 18 anos de funcionamento com um belíssimo Baile dos idosos.
Realizado em parceria com a Comissão Nossa Voz e reforçando sempre o zelo da política pública de Assistência Social para pessoas acima dos 60 anos, o evento contou com muita música, sob a direção do facilitador de oficina Paulo Bruni, e boa comida, com um cardápio produzido pelas mãos da manipuladora de alimentos Maria da Penha do Nascimento.
A fartura na oferta dos quitutes contou com quatro bolos, três tabuleiros de cuscuz, 100 sanduíches, dois panelões de polenta com carne moída e um delicioso caldo verde produzido com 30 quilos de batatas e 10 de costelinha.
Com esse feito, Maria da Penha despontou como protagonista e representante da equipe do espaço, como expressão de acolhimento, dedicação e suporte para que dezenas de pessoas idosas possam ter um lugar para expressar seus experiências de vida, talentos, mas acima de tudo revelar a importância da convivência em grupo.
"Por 26 anos atuei como merendeira, ou seja, tinha que dar conta de produzir para 300 a 600 pessoas por dia. Aqui (no CCTTI), a produção é para um grupo de pessoas idosas animadas. Eu gosto do que faço. Tiro de letra. E ser a responsável pela produção da comida de um evento tão significativo e importante é um orgulho. Estou me achando o máximo", declarou Maria da Penha.
Gratidão
Glecyra Loyola, de 89 anos, foi uma das pessoas que fez questão de deixar registrada sua gratidão pelo capricho na produção. "Aqui é tudo muito bom e a comida servida é a melhor. É muito boa todos os dias. Hoje é mais especial, porque é uma data muito importante para todos. Para mim, representa muito, porque acho que estou aqui desde a abertura do CCTI", afirmou.
Apesar de ter iniciado sua participação nas atividades do espaço há pouco mais de um mês, Rosana Mattos, de 67 anos, era só elogios para a festa e para a atuação da equipe técnica atuante no local. "Desde que entrei me senti acolhida. Já está fazendo diferença na minha vida. A sensação de pertencimento faz muita diferença na fase que estou vivendo. Para mim, o CCTI representa vida, vida nova", definiu.
As palavras de Norma encontraram eco na declaração de Jorge Azevedo, de 77 anos. Ele disse que o local tem um papel muito importante na sua vida. Antes mesmo que fosse perguntado, Jorge fez questão de ressaltar sua relação com o local: "foi a melhor coisa que me aconteceu. Hoje, vejo que o CCTI é um espaço de encontros, onde nem eu nem ninguém se sente sozinho", garantiu ele.
Jorge revelou que é seresteiro desde novo, por isso, as oficinas de música são mais um incentivo para participar das atividades em grupo ofertadas no local. "Faço parte do grupo de percussão. Aqui, é tão bom que venho com minha esposa, mas se ela quer faltar eu venho sozinho mesmo", falou ele, sorridente ao lado da esposa Rosemar da Cruz Ribeiro, de 68 anos.
Enquanto o casal se divertia sentado, Maria José Pereira de Paula, de 70 anos, comemorava o aniversário no meio do salão, dançando com as amigas. "Enquanto estou aqui não dói nada, apesar das minhas próteses no quadril. A alegria e os momentos de diversão que vivo aqui me fazem superar tudo. Aqui, eu tenho o que preciso e, o que é melhor, de graça", destacou.
Vinvulo
Outra que disse haver muitos motivos para celebrar os 18 anos de funcionamento do CCTI era Norma Neves Ramalho, de 79 anos, que participa das atividades no local desde sua fundação. "Eu tenho um vínculo muito forte com este lugar. Participo das atividades propostas pelas equipes do serviço. E foi participando que fiz grandes amizades, fortaleci a convivência e criei vínculos para além daqui. Frequentar aqui só me trouxe alegria. É tudo de bom. O melhor é o olhar dos funcionários, o cuidado com a gente. Sempre gostei de todos os coordenadores, de toda a equipe que está e que já passaram por aqui", fez questão de acentuar.
Técnica de referência do CCTI, a psicóloga Berta Maria Gomes Pinto ressaltou o papel transformador dos trabalhadores do Sistema Único da Assistência Social (Suas). Ao ouvir os relatos das pessoas idosas, ela disse: "A sensação é que estamos no caminho certo. A função do CCTI é oferecer um espaço para que esta população desenvolvam suas habilidades, participem da vida comunitária e fortaleçam seus laços afetivos familiares e comunitários".
Berta ressaltou que o serviço atua de forma preventiva, buscando proteger as pessoas de situações de risco social, promover a inclusão social, a cidadania e a autonomia, por meio de oficinas e convivência nos grupos. "Oferecemos um espaço para que estas pessoas em situações de violação de direitos, possam ressignificar suas experiências e, principalmente, superar o isolamento", frisou ela.
Na festa, a gerente de Serviços de Convivência da Secretaria de Assistência Social de Vitória (Semas), Cristina Silva, disse que sentia orgulho dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) da capital. "Estes serviços foram reconhecidos pelo Estado pelas boas práticas na sua execução, conquistando o primeiro lugar em nível estadual e o terceiro em nível nacional", afirmou.
A secretária de Assistência Social, Soraya Mannato, fez questão de se fundamentar na história da criação dos CCTIs no Brasil. "A existência e o funcionamento dos CCTIs estão inseridos na estrutura maior do Sistema Único de Assistência Social (Suas). Celebrar esses 18 anos é comemorar a consolidação da Assistência Social como política pública de Estado, reforçando seu objetivo de prover serviços e garantir direitos sociais", enfatizou.
