Imprensa
Centro de Convivência de Santo Antônio celebra o mês do idoso com Baile dos Anos 60
Publicada em | Atualizada em
Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes

As pessoas idosas que participam de atividades no Centro de Convivência de Santo Antônio deram um show de vitalidade e alegria no Baile dos Anos 60. Embalados pelas músicas dos anos 60,70 e, até mesmo, ritmos dos anos 2000, entoados pela banda Só Maior, do Centro de Convivência do Centro, o grupo mostrou que os momentos de felicidade podem e devem ser compartilhado com os amigos.
Mesmo não sendo uma "pé de valsa", a aposentada Elita Servino Teixeira, de 89 anos, disse que no local fez muitas amizades. "É aqui que me sinto mais feliz. Os filhos casam e constroem suas próprias vidas e nós ficamos. A minha convivência é feita aqui. Por isso, participo de tudo aqui. Sinto falta desta convivência. Em casa fico na solidão sem me comunicar. Aqui, e por onde vou, sempre encontro um amigo", afirmou.
Ao contrário de Elita, a colega Janete Nascimento Vasconcellos, 79 anos, se diz apaixonada por todos os ritmos, principalmente, samba raiz. "As músicas antigas trazem muitas lembranças boas e que me fazem bem", disse ela. Ela fez questão de contar: "a primeira lembrança que vem é o dia que pisei numa escola de samba. Isso aconteceu aos 60 anos de idade", contou ela.

Quando questionada porque demorou tanto a visitar um barracão de escola de samba, dona Janete respondeu: "casei com 17 anos. Só depois que fiquei viúva fui buscar o que eu merecia ainda viver, como: dançar, desfilar numa escola de samba e frequentar o Centro de Convivência. Vim para cá para buscar novas amizades. Estar aqui me fortalece, quem não participa está perdendo", garantiu Janete.
Esta mesma força parece ter sido encontrada por Zilda Vieira, de 85 anos, que rodopiava pelo salão convidando as demais para dançar. Ela contou que acordou às 2 horas da madrugada, ansiosa, com medo de perder a hora do Baile dos Anos 60. "Eu fui criada com música. Não tinha muitos movimentos, mas fui aprendendo seguindo o ritmo das músicas", revelou. Zilda disse ainda que participar das atividades promovidas pelo Centro de Convivência a faz se sentir viva.

Valmir Freire, 67 anos, que era o par mais cobiçado entre as idosas, disse que estava descobrindo seu lado dançarino. "Esta convivência aqui me faz muito bem. É uma alegria só. Hoje, estou colocando para fora meu lado dançarino. Nunca fui de dançar, mas elas estão me chamando e eu estou dançando. Aqui, eu encontro pessoas e essa convivência me faz achar que aqui é o melhor lugar para estar", garantiu ele.
A coordenadora do espaço, Jizelly Sacht, comentou que a proposta de realização do baile dos anos 60 seguiu todo o planejamento em alusão ao Dia da Pessoa Idosa, comemorado no dia 1 de outubro. "Foi mais uma forma de resgatar memórias e possibilitar novos registros, no meio de novos grupos, fortalecendo os vínculos entre eles e entre toda nossa equipe", destacou ela.
Presente no baile, a secretária de Assistência Social de Vitória, Soraya Mannato, fez questão de falar que já é uma pessoa idosa. "É muito satisfatório chegar em um Centro de Convivência e sentir que o trabalho realizado pelas equipes reflete o respeito, à dedicação, à inclusão e o cuidado para quem tanto já ofereceu para a sociedade. Proteger a pessoa idosa é defender o direito à vida plena. A dignidade não tem prazo de validade; ela é um direito de cada pessoa, em qualquer idade", afirmou.