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Atalhos de teclado:

A força da atuação marca "Na Solidão dos Campos de Algodão", na Estação Porto

Publicada em

Por Vitor Lopes, com edição de Edlamara Conti


Thalles Waichert
VI Festival Nacional Cidade de Vitória deTeatro - Peça Na Solidão dos Campos de Algodão (RJ
O cenário, com caixotes, britas e cinco gigantescas gangorras, deslocou o sentido do público para um novo universo

Já se haviam passado alguns minutos de peça quando o microfone do ator Gustavo Vaz começou a falhar, justamente no momento em que iniciaria sua participação em “Na Solidão dos Campos de Algodão”. 

O que poderia ter se tornado um constrangimento foi imediatamente revertido naquilo que de primordial existe na arte teatral: a interpretação.

O público teve uma experiência única na apresentação de “Na Solidão dos Campos de Algodão”, no Festival Nacional de Teatro Cidade de Vitória, na segunda-feira (18).

A peça será novamente apresentada neste terça-feira, às 21 h, na Estação Porto.

Antes mesmo de os atores entrarem no palco, o cenário deslocou o sentido do público para um novo universo. A Estação Porto, no Centro de Vitória, estava tomada por caixotes de madeira, britas e cinco gigantescas gangorras.

Com esse cenário também tomado por uma grossa nuvem de fumaça, os atores Armando Babaioff e Gustavo Vaz encenaram com todo vigor a história de um comerciante e um cliente que duelam em diálogos existenciais.

Tal sintonia entre os dois atores e o diretor Caco Ciocler ficou ainda mais intensa com a falha do equipamento de som, que fez com que Armando e Gustavo intensificassem ainda mais suas interpretações, conferindo vigor ao texto de Bernard Marie-Koltès.

Ao final da peça, o ator capixaba Markus Konká e o secretário de Cultura de Vitória, Alcione Pinheiro, entregaram ao diretor Caco Ciocler o troféu réplica do Theatro Carlos Gomes, em homenagem ao trabalho do grupo.