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Personalidades da cultura receberão Comenda Maurício de Oliveira em Camburi

Publicada em 01/11/2016, às 07h00

Por Leo Vais, com edição de Matheus Thebaldi


Diego Alves
CERIMÔNIA DE CONCESSÃO DA COMENDA MAURÍCIO DE OLIVEIRA
Comenda Maurício de Oliveira é um reconhecimento a personalidades que ajudaram a impulsionar a cultura local
Imagem divulgação
Valter Vieira da Silva Golias
Golias já atuou em discotecas e atualmente é dono de um sebo de vinil no Centro Histórico

Um dos músicos mais importantes do Brasil e um dos maiores ícones da cultura do Espírito Santo, o violonista Maurício de Oliveira completaria, em 2015, 90 anos de idade. Em reconhecimento à importância de sua obra, a Prefeitura de Vitória, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Semc), realiza a cerimônia de concessão da Comenda Maurício de Oliveira.

O evento acontece nesta sexta-feira (4), a partir das 19 horas, na Estátua Maurício de Oliveira, na praia de Camburi (próximo ao quiosque 4). 

"Neste sétimo ano da Comenda Maurício de Oliveira – uma reverência ao maestro e, ao mesmo tempo, uma homenagem àqueles que produzem cultura e arte –, a Secretaria de Cultura orgulha-se cada vez mais de poder trazer a público a honraria, já que ela representa, com a certeza inabalável da justiça, o reconhecimento de um grupo que, escolhido por uma comissão qualificada, expressa o que há de mais representativo na cultura da ilha", disse o secretário municipal de Cultura, Francisco Grijó.

Comissão

Os homenageados foram escolhidos por meio de uma comissão formada por seis membros: três representantes do poder público municipal e três representantes da sociedade civil.

Divulgação Semc
Ariane Meireles
Ariane Meireles é capixaba e profissional da dança afrobrasileira desde a década de 1980
Divulgação Semc
Maria Helena
Maria Helena Lindenberg é artista plástica e já participou de inúmeras publicações
Homenageados

Ariane Meireles (Ariane Celestino Meireles)
Ariane Meireles é capixaba e profissional da dança afrobrasileira desde a década de 1980. Participou de importantes grupos do gênero, como Axé de Obá, Abi Dudu e NegraÔ. Sua atuação sempre conjugou a dança com o ativismo social para negros e negras. Mestra em Política Social pela Ufes e doutoranda em Ciências da Educação na Universidade do Porto, em Portugal, continua na ativa com o grupo Griôs da Dança, formado por mulheres que dançam, contam histórias e revolucionam suas vidas com o fortalecimento mútuo. 

Glecy Coutinho (Glecy Helena Coutinho da Silva)
A trajetória de Glecy Coutinho se mistura com a história recente da cultura do Espírito Santo. Em João Neiva, cidade onde nasceu, trabalhou como professora, experimentou o teatro amador e descobriu o cinema. Fez parte do grupo de teatro Praça Oito e foi professora do curso de Comunicação Social da Ufes. Foi a primeira mulher a ser contratada pelo jornal A Gazeta, antes mesmo de se formar jornalista.

Trabalhou na empresa por 20 anos, tanto na mídia impressa quanto na televisiva. Atua no audiovisual desde a década de 1980, como continuísta, produtora e atriz. Em 1997, Glecy lançou a ficção “Eu sou Buck Jones”, produção que conta com sua direção e roteiro. Em 2004, foi a protagonista do filme “Pour Elise”, de Erly Vieira Jr. Também foi diretora do Departamento Estadual de Cultura e do Diário Oficial, além de chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo e secretária municipal de Cultura e Turismo de João Neiva.

Golias (Valter Vieira da Silva)
Valter Vieira da Silva, ou "Golias", pode ser considerado um nome de resistência. Com mais de 50 anos de trabalho com discos de vinil em Vitória, ele testemunhou a transição do "bolachão" em artigo de museu até o retorno como item de colecionador.

Ele foi discotecário (o atual DJ) em festas e casas noturnas nos anos 70, trabalhou em loja de departamentos gerenciando seção de discos, além de ter as suas próprias lojas de discos. Atualmente, é dono do sebo de vinil "Golias", no Centro Histórico, e prova que resistir pode ser um bom negócio.

Maria Helena Lindenberg
Um dos nomes mais ativos na cultura do Espírito Santo, Maria Helena Lindenberg é artista plástica formada pela Universidade Federal do Espírito Santo, onde também lecionou por mais de 25 anos nas disciplinas de desenho e litografia. Foi chefe da Divisão de Artes Visuais do Departamento Estadual de Cultura do Estado, coordenadora de Artes Visuais da Secretaria de Estado da Cultura do ES - responsável pela implantação do Museu de Arte do Espírito Santo (Maes) e da Casa Porto das Artes Plásticas. Participou de inúmeras publicações e expôs em importantes espaços como a Galeria Homero Massena, Galeria Prestes Maia, em São Paulo, Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro, e Science and Culture Centre, nos Estados Unidos.

Mário Ruy Nogueira Brandão
Mario Ruy Nogueira Brandão nasceu em 17 de junho de 1946 e começou na música aos 16 anos, como guitarrista e baterista do conjunto Gato Preto. Tocou em vários clubes de Vitória no quarteto Bossa Praia e lançou três CD´s como baterista do grupo Nota Jazz. Lançou dois trabalhos solo com músicas próprias e em parceria com nomes como Sérgio Regis e Oscar Gama Filho, além de integrante das bandas Os Mamíferos e Mistura Fina.

Participou de vários shows com músicos, compositores e cantores locais. Foi parceiro musical de grandes artistas como Afonso Abreu, Marco Antônio Grijó, Aprígio Lírio, entre outros. Foi vencedor do Festival de Música de Vitória e do Salão do Compositor da Ufes. Foi aluno do mestre Maurício de Oliveira.

Reinaldo Santos Neves
Considerado um dos maiores nomes da literatura produzida no Espírito Santo, Reinaldo Santos Neves nasceu em Vitória em 1946. Como escritor, dedicou-se sobretudo à prosa de ficção. Trabalhou literariamente a cidade de Vitória em várias de suas obras: “As mãos no fogo”; “Sueli: romance confesso”; “A confissão”; “Kitty aos 22: divertimento”; e “Dois graus a leste, três graus a oeste”. É autor, também, de “A longa história”; “A ceia dominicana: romance neolatino”; “Heródoto, IV, 196”; e “A folha de hera: romance bilíngue, este em três volumes”.

Comenda

Instituída em 2010, por meio do decreto 14.817, a condecoração foi criada como forma de reconhecimento e gratidão ao trabalho do maestro e para homenagear os cidadãos engajados no movimento cultural e que tenham contribuído de forma significativa para o crescimento da cultura local.

Maurício de Oliveira

Maurício de Oliveira nasceu em Vitória, em 1925. Filho de pescador, passou a infância na região da Praia do Suá, período em que já se dedicava à música, através do aprendizado do violão com seu irmão mais velho.

No decorrer da sua vida artística, recebeu inúmeros prêmios, entre eles o 2º lugar no Festival Internacional do Violão, em 1955, em Varsóvia, além de um prêmio da Fundação Cultural do Espírito Santo por sua contribuição ao desenvolvimento da música capixaba.

Foi professor de violão e diretor da Escola de Música do Espírito Santo, sendo considerado mestre de vários chorões da cidade de Vitória e uma das personalidades mais importantes na história da música popular do Espírito Santo. Faleceu em setembro de 2009.

Divulgação Semc
Mário Ruy
Mário Ruy já tocou em vários clubes de Vitória e fez sucesso em shows
Divulgação Semc
Reinaldo
Reinaldo Santos Neves é um dos maiores nomes da literatura produzida no Espírito Santo

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