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História de apresentação de dança de aluno cadeirante de Vitória ganha o país

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Por Carmem Tristão, com edição de Matheus Thebaldi


Diego Alves
espetaculo a ostra
Encenação adaptada pelo professor Marcos Pitanga para o aluno João Vitor mostrou que não limites e obstáculos para a arte

Jamais havia passado pela cabeça do professor Marcos Pitanga que desenvolver um projeto de dança na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Mauro Braga fosse lhe render tantas surpresas e emoções.

Depois que a apresentação "A Ostra", em que um aluno cadeirante que tem múltiplas disfunções é a estrela principal, foi divulgada no portal e na página oficial da Prefeitura de Vitória no Facebook, o assunto foi amplamente explorado pela imprensa e pelos usuários da rede social, gerando, inclusive, demandas para seis novas apresentações na escola.

A repercussão foi tão positiva que, entre seis exibições em matérias de telejornais, o assunto foi pauta em nível nacional pela Record News (veja a matéria), ocasião em que arrancou suspiros até do apresentador do programa Record News, Heródoto Barbeiro. No vídeo, ele diz: "A dança mudou a realidade de uma criança cadeirante e trouxe à tona a criatividade de um professor que merece todo o nosso respeito".

No Facebook, as publicações da apresentação, a matéria veiculada na Record News ES e a participação da 14ª edição do Vitória Dia a Dia geraram 117 curtidas, 84 compartilhamentos, 27 comentários e 9.351 visualizações únicas. "Isto representa um resultado muito positivo e expressivo, uma vez que o alcance foi espontâneo, ou seja, não foram publicações patrocinadas", explicou a coordenadora de mídias sociais da Prefeitura de Vitória, Lorena Machado.

Cidadão Dançante

O projeto Cidadão Dançante, do professor Marcos Pitanga, nasceu de sua observação de que a dança-teatro não é só vista como expressões do movimento e do indivíduo, mas, também, como criação ou aprendizado para a melhora da autoestima, inclusão dos indivíduos no contexto social, além do autoconhecimento em suas fragilidades e possibilidades no mundo globalizado.

Ter como voluntário do projeto o aluno João Vitor Correa de Souza foi uma surpresa, quase um espanto. Afinal, o aluno é um cadeirante de 11 anos que, por falta de oxigenação no cérebro durante o parto da mãe, ficou com sequelas, como não ter desenvolvido a fala, músculos, equilíbrio e a coordenação motora.

"A inclusão é um processo emergente e cabe à escola, ao Estado e à sociedade buscar novas formas de encarar a realidade e transformá-la de maneira consciente. Esse projeto é de grande valia tanto para a educação quanto para a cultura brasileira, se entendermos que é na boa formação do sujeito que se cria um país mais potente e rico culturalmente. Quisera eu que em toda a parte existisse um trabalho de dança que possibilitasse a esses sujeitos transbordar toda sua potencialidade, a fim de amenizar o desconforto sofrido por pessoas com todo e qualquer tipo de deficiência no ambiente escolar no Brasil", disse o professor.