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Catadores de materiais recicláveis discutem coleta seletiva em seminário
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Por Edlamara Conti (econtieira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Matheus Thebaldi

Catadores de materiais recicláveis de todo o Espírito Santo estão reunidos, nesta segunda-feira (10), na Assembleia Legislativa, discutindo coleta seletiva e o protagonismo deles na execução da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
"Esse evento demonstra a importância que essa categoria tem para a cidade e para o planeta. Não podemos falar em desenvolvimento sustentável sem falar na atuação dos catadores", disse o secretário municipal de Turismo, Trabalho e Renda, Leonardo Krohling, na abertura do I Seminário dos Catadores de Materiais Recicláveis de Vitória.
"Sem a participação dos catadores, não alcançaremos as metas definidas na Política Nacional de Resíduos Sólidos. O trabalho dos catadores gera valor para a sociedade", disse o secretário municipal de Serviços, Fernando Rocha.
O seminário reúne catadores de Vitória, Cariacica, Serra, Cachoeiro do Itapemirim, Marataízes, Barra de São Francisco, São Mateus e Linhares. "Esse evento é o primeiro e vai ficar na história do município de Vitória", disse, emocionada, a representante no Estado do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), Maria do Carmo Cantilho Felipe.
Segundo Maria do Carmo, que integra a Recuperlixo, associação da Serra, o seminário é um passo para fortalecer as associações e unir a categoria, que precisa ser valorizada diante da população e dos governos. "Para avançar, precisamos trabalhar todos juntos, precisamos cada vez mais de capacitações e de acompanhamento. Cada um tem que fazer sua parte: os governos, os catadores e a sociedade. Mas, em vista de anos passados, hoje estamos no céu", disse.
Associações

A Prefeitura de Vitória apoia o evento, mas toda a programação, os palestrantes e a dinâmica foram organizados pelos próprios catadores, por meio das Associações dos Catadores de Material Reciclável (Ascamare) e de Catadores de Material Reciclável da Ilha de Vitória (Amariv), além de organizações como a Rede de Economia Solidária dos Catadores Unidos do Estado (Reunes), do Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (Insea) e do MNCR.
Inclusão
Em Vitória, a Ascamare e a Amariv contam com o apoio da administração municipal. Elas reúnem cerca de 50 associados, que tiram, em média, um salário mínimo por mês, coletando cerca de 160 toneladas de recicláveis mensais.
Esses trabalhadores atuam com a coleta, a classificação e a destinação dos resíduos, permitindo o seu retorno à cadeia produtiva. O trabalho desenvolvido por eles reduz os gastos públicos com o sistema de limpeza pública, aumenta a vida útil dos aterros sanitários, diminui a demanda por recursos naturais e fomenta a cadeia produtiva das indústrias recicladoras com geração de trabalho.
"A população precisa entender nosso papel, porque, de tudo que coletamos, em média 40% dos resíduos são rejeitados, ou seja, não podem ser reciclados", explica Josimeire dos Santos, da Ascamare. Ela explica que poucas pessoas fazem a separação do material. "Restos de comida ou mesmo de fraldas descartáveis contaminam todo o material que poderia ser reciclado", explica.
Até as 18 horas, eles vão debater as ações de desenvolvimento planejado e sustentável e avanços na coleta seletiva em Vitória. Além dos representantes da Prefeitura de Vitória, estão presentes a promotora pública Isabela Cordeiro de Jesus; o representante nacional do MNCR, Alex Cordeiro; a representante do Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (Insea), Lídia Barbosa Pinto; e representantes da Reunes.
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