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Carnaval: Novo Império exalta influência de Angola no Espírito Santo

Publicada em 30/01/2016, às 05h18 | Atualizada em 03/02/2016, às 16h24

Por Fabrício Faustini (fafaustinieira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Matheus Thebaldi


André Sobral
Carnaval 2016 - Novo Império
Novo Império levou a homenagem a Angola para a avenida
André Sobral
Carnaval 2016 - Novo Império
Beleza, animação e luxo marcaram o desfile da escola de Caratoíra

A cultura de Angola foi exaltada com o samba-enredo “Sou Bambu, sou kimbondo, sou Espírito Santo” durante o desfile da Novo Império, sétima escola de samba a desfilar no Grupo A, na madrugada deste sábado (30).

A agremiação de Caratoíra surpreendeu pelo capricho das fantasias e das alas. Também incentivou em seu enredo a preocupação em refletir sobre a intolerância religiosa entre os povos.

Durante o desfile, três carros alegóricos, um tripé, 21 alas e cerca de mil componentes produziram um belo espetáculo de criatividade e competência. A intenção de apresentar a trajetória feita pelos africanos que deixaram Angola em direção ao Espírito Santo foi cumprida com louvor.

A bateria deu um show à parte e emocionou o público das arquibancadas e dos camarotes. Os foliões aplaudiam e gritavam com a passagem da escola. A paradinha dos ritmistas em vários momentos e a coreografia bem ensaiada não eram esperadas e marcou o desfile.

Beleza

A cultura que os capixabas herdaram de um povo tão rico em conhecimento foi enaltecida. O carro abre-alas retratou o continente africano de forma ampla. Mostrou valores de outros países vizinhos que possuem crenças similares. Mais de 20 negras se esparramaram na passarela.

O segundo carro representou um grande navio e a difícil travessia dos negros que seriam escravizados numa terra distante e bela. Grande parte das alegorias utilizou materiais recicláveis, garrafas pet, plásticos e restos de objetos. O material foi recolhido ao longo de 2015 de escolas públicas cujos alunos aprenderam e se divertiram ao serem motivados para o trabalho.

Respeito

Nos arcos dos carros, foram usados CD´s inutilizados. A intolerância e a necessidade do respeito às culturas foram lembradas. “ Vem na batida do tambor... Mãe África o ventre do mundo gerou. Filho de Zumbi eu sou. A mais sublime criação. Sangue guerreiro, orgulho negro. Não me gerou pro cativeiro”, dizia a letra.

Ao final, todos cantaram: “O meu Brasil que eu sempre quis. Espírito Santo num canto feliz. Quebrando correntes, seguindo em frente. A nossa herança é verdadeira. Samba e capoeira. E a fé nessa grande nação”, enaltecendo o novo estado “descoberto” por eles.

André Sobral
Carnaval 2016 - Novo Império
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