Notícias

Trágica história de Romeu e Julieta é contada em ritmo de circo pelo Galpão

Publicada em 17/10/2012, às 10h11

Por Brunella França, com edição de Matheus Thebaldi


Adriano Horta
Romeu e Julieta
A maior história de amor foi encenada por palhaços
Adriano Horta
Romeu e Julieta
Personagens sobre pernas de pau encantaram o público

Lona de circo montada. No centro do "picadeiro", um carro antigo (uma perua Veraneio 1974), algumas escadas em volta, decoração burlesca. E então, de dentro do veículo, surge uma trupe de palhaços! Vestindo roupas coloridas, um tanto barrocas, com instrumentos musicais e os tradicionais narizes vermelhos. Tudo isso para contar a maior história de amor até hoje escrita.

Tudo bem que em Verona, onde se passa a tragédia, ou mesmo na Inglaterra, lá pelo final do século XVI, ninguém devia conhecer a moda de viola mineira que compõe a trilha sonora da peça. Até porque nem Minas Gerais havia naquela época. Mas, em cena, parece que uma coisa foi feita para a outra.

O Grupo Galpão encantou o público na noite desta terça-feira (16) no Centro Cultural Carmélia Maria de Souza com a montagem de "Romeu e Julieta", peça escrita pelo dramaturgo inglês William Shakespeare.

"Maravilhoso! Tudo, tudo, tudo! Nossa, não sei nem falar. Aliás, acho que nem tem o que falar. Me apaixonei pelo ritmo do espetáculo, pelo trabalho dos atores, peça, é tudo maravilhoso", resumiu a professora Aline Santana.

Cheio de cores e música, o espetáculo agradou ao público de todas as idades. As irmãs Mariana, 10 anos, e Alice, 7 anos, se deixaram encantar - assim como todo mundo - pela história dos apaixonados que não podem ficar juntos. "Eu gostei muito deles andando nas pernas de pau", disse a mais velha. "Achei linda a Julieta bailarina", contou a caçula.

Peça

A história dos jovens, filhos de famílias rivais e que se apaixonam perdidamente, é contada de forma poética, com pitadas de humor e os atores se movimentam com pernas de pau. A mistura de tragédia com a comédia resulta num espetáculo leve e interessante, em que a alegria, o drama, a astúcia e a ingenuidade se encontram.

A inocência das canções de seresta e do cancioneiro popular brasileiro, juntamente com o clima saltimbanco e o carisma dos componentes do grupo, somando ainda as cores, as fitas, os instrumentos musicais e malabarismos, bem como a Veraneio que é o palco da peça, hipnotizam. Mas tudo sem perder em profundidade e gravidade a história contada.

O final da tragédia todo mundo conhece. Porém, depois dos aplausos e de o grupo passar o chapéu, gesto característico do teatro de rua, mesmo havendo aquela dorzinha característica por Romeu e Julieta lá no fundo do coração, saímos do circo também com a leveza nos pés e cantando "flor, minha flor, flor vem cá. Flor, minha flor, laiá laiá laiáaa".

O Festival de Teatro prossegue até este domingo (21). Veja a programação.

Adriano Horta
Romeu e Julieta
Cores e figurinos coloridos foram uma atração à parte
Adriano Horta
Romeu e Julieta
O espetáculo agradou ao público de todas as idades

Voltar ao topo da página