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Projeto lúdico documenta as aprendizagens de crianças da educação especial
Publicada em 12/09/2023, às 15h10 | Atualizada em 12/09/2023, às 15h17
Por Luis Oliveira (luffoliveiraeira$4h064+pref.seme.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes
Registrar de forma lúdica e efetiva o cotidiano e as aprendizagens das crianças da educação especial. Essa é a proposta do projeto "Mini-histórias: um olhar poético do cotidiano na Educação Infantil", desenvolvido com crianças dos grupos 2, 3 e 6 do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Cecília Meireles, em Monte Belo.
"Busco uma pedagogia que tenha um olhar mais generoso e respeitoso com as crianças e suas infâncias, valorizando o cotidiano como currículo na educação infantil", explica a professora Priscilla Santos, responsável pela criação das "mini-histórias".
A educadora explica que a prática das mini-histórias é uma estratégia para que o professor faça uma pausa, diferente do automatismo do cotidiano, para observar e aprender sobre e com as crianças da educação especial.
Segundo Priscilla, as mini-histórias evidenciam, por exemplo, como as crianças com autismo pensam, constroem conhecimento, se relacionam e se comunicam através das múltiplas linguagens, dando sentido ao mundo ao seu redor. Esses momentos são evidenciados através dos registros, documentados e transformados em mini-histórias.
"Essas narrativas são comunicadas semanalmente no grupo de whatsapp da escola para ajudar a sensibilizar o olhar de todos os profissionais para as especificidades e potência dessas crianças, que às vezes são reveladas nas sutilezas das suas ações, e são capturadas pelo olhar de um professor pesquisador, trazendo à tona a beleza dessas experiências e aprendizagens vividas pela criança. É preciso promover uma educação verdadeiramente inclusiva", frisou a professora.
Durante as aulas do professor de educação física Junior Correia, por exemplo, as crianças da educação especial são respeitadas nas suas singularidades e acolhidas para participar das propostas. Tais vivências foram contadas nas mini-histórias "Slickline" e "Brincadeira com bambolê".
Outros momentos significativos para a aprendizagem dos pequenos foram contados nas mini-histórias "Palmas para Davi", "A cara redonda" e "Os girassóis". "As mini-histórias também são compartilhadas com as famílias das crianças, que ficam muito felizes em recebê-las", destacou a professora Priscilla.
Parceria com as famílias
A iniciativa tem encantado as famílias, que além de terem a certeza de que seus filhos estão tendo visibilidade no espaço escolar, também se sentem mais próximos ao cotidiano das crianças, fortalecendo vínculos com a unidade de ensino.
"As mini-histórias são um belo registro de como o aprendizado tem múltiplas formas de acontecer e de como as vivências do cotidiano pedagógico podem ser lúdicas e ricas. Em algumas histórias as lágrimas são inevitáveis, pois expressam situações que são muito próprias da vida escolar que nem sempre teríamos acesso se não fossem transcritos por esse instrumento. O sentimento, ao lê-las, é de que o conhecimento pedagógico formal pode chegar com as devidas adaptações a todos, que a inclusão escolar realmente tem como acontecer e que as crianças fazem parte de um todo mesmo dentro de sua individualidade. Gratidão!", relatou Karol Cuzzuol, mãe de Masato, do grupo 6.
"As mini-histórias são um trabalho muito lindo, é uma alegria fazer parte desse projeto cheio de amor! É muito lindo ver a história do Pedro sendo registrada, cada evolução o coração se enche de alegria e gratidão", contou Andrea Oliveira, mãe de Pedro, da mesma turma.
"Fico extremamente emocionada com o olhar e a percepção da Priscila diante de atividades e vitórias alcançadas, o que, para alguns, pode ser algo corriqueiro, mas pra minha família, diante dos desafios que temos com Heitor, receber esse feedback é fantástico. Cada mini história que recebo compartilho com amigos e familiares do Heitor. Sempre tenho a certeza de que o trabalho da professora da educação especial é realizado com muito amor, empatia, conhecimento e sensibilidade", afirmou Lívia Hosken, mãe de Heitor.