Prefeitura de Vitória

Plantar gentileza, amor, carinho e respeito na mente e nos corações das pessoas. No "Dia da Gentileza", os assistidos do Centro de Referência Especializado de Assistência Social para População de Rua (Centro Pop) fizeram uma caminhada humanizada, na manhã desta sexta-feira (13), de Mário Cypreste até a praça Costa Pereira, no Centro. 

No caminho, as pessoas em situação de rua distribuíram sementes de girassol e sabão de óleo produzido por elas mesmas. Na praça, os assistidos, acompanhados da equipe psicossocial, oficineiros de música e rima, realizaram apresentações de circo e declamações de poesias e versos. O objetivo da ação foi eliminar o preconceito que algumas pessoas ainda têm contra as pessoas em situação de rua. 

Denílson Cazotti Gomes, de 37 anos, falou da importância da gentileza na sociedade. "Queremos mostrar para a população que temos que ser gentis, independente da classe social e do nível intelectual de cada um. Mostrar que as pessoas em situação de rua têm seus talentos e somos educados e gentis".

O casal Nolasco Girard, 33, e Neide Silva dos Santos, 38, aprovou a iniciativa. "É um encontro de pessoas que vivem os mesmos problemas e a mesma realidade. Mas hoje é um dia memorável: o Dia da Gentileza", disse Nolasco. Neide complementou: "Estamos aqui para plantar a semente da gentileza nas pessoas".

Raimundo Oliveira também elogiou a proposta do Centro Pop. "Devemos exercitar essa ação de gentileza em todos os lugares. A gentileza pode combater a fome. A sociedade ainda vira as costas para a população de rua. Por isso, temos que ser solidários".

Educação

Oficineiro de música e rima do Centro Pop, DJ Jota compôs uma letra para o evento: "Nesse dia que se comemora a gentileza, sempre com educação tem uma grande riqueza. A pureza não pode ser perdida. Porque a educação é uma saída, uma alternativa que você pode ter. Quem não tem educação não consegue nem viver. A ética é necessária. A educação começa com os pais dentro de casa. E muitas vezes é levada para a rua. Quem não tem educação não tem estrutura necessária. Quem não tem educação não tem embalo".

"Nós pensamos nessa proposta junto com os assistidos para ressignificar a rua tanto para os assistidos como para a sociedade. Fazer da rua um palco de encontro, de cultura e de novos valores. Promovemos aqui a participação e melhoramos a autoestima dos nossos assistidos", disse a psicóloga do Centro Pop, Glaucia Brandão.

Preconceito

A assistente social Clara Maria de Souza destacou a importância da ação. "A importância desse evento é mostrar que os moradores de rua também são capazes de ser gentis. Trouxemos o sabão para simbolizar que temos que lavar o preconceito e as sementes de girassol, para plantar essa ideia nos corações das pessoas".

O coordenador do Centro Pop, Mauro Motta, afirmou que a ação fez um alerta. "Queremos desmistificar que o morador de rua não é um ser capaz de ser gentil. Se nós entendemos que ser gentil é uma atitude, eles também são capazes disso e de demonstrar isso. Isso transforma o outro. A ideia de escolher esse espaço foi promover uma convivência harmoniosa e cultural aqui".