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Com uma mulher puxando o samba, a Rosas de Ouro cantou a história da criação

Publicada em 09/04/2022, às 04h15 | Atualizada em 09/04/2022, às 04h19

Por Brunella França, com edição de Matheus Thebaldi


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Rosas de Ouro
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Com assinatura do carnavalesco Louis Cavalcanthé, a Rosas de Ouro, quinta escola a desfilar no Grupo Acesso A, na madrugada deste sábado (09), levou para a avenida o enredo "Gênesis - momentos da criação". Destaque para o microfone da escola: entre as 19 agremiações desfilando de quinta a sábado, a Rosas de Ouro teve como intérprete principal Lê Jesus, uma mulher.

"O coração quase sai pela boca. Eu nasci na Rosas de Ouro, já fui passista, baiana, coreógrafa de ala, até que cheguei ao carro de som quando o intérprete da escola era outro. E fui ficando até que o presidente Reginaldo da Silva me convidou para assumir o microfone. A gente lida com muito preconceito, mas, dentro da Rosas de Ouro, eu sou muito bem recebida", afirmou Lê Jesus.

Para contar a história da criação, o primeiro setor da escola veio como "Caos". A concepção da comissão de frente, assinada por Wanderson Santos, trouxe um tripé representando a Bíblia, que conta a versão cristã da criação do mundo, segundo o livro do Gênesis. Na licença poética do Carnaval, antes da criação do mundo, havia "pássaros noturnos". Foram eles que apresentaram a escola de Serra.

O impacto do preto e dos tons mais escuros no início do desfile se estendeu para o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Jorge Vinicius e Nani Ferreira. Os dois, vestidos de "Trevas", representavam o abismo e a verdadeira escuridão.

A ala de baianas, também com a fantasia em preto, encarnou as "Aves das Trevas", que habitavam, segundo a escola, o vazio da escuridão. O abre-alas da Rosas de Ouro, "Do grande caos nasce um mundo novo", trazia o vazio, ponto de partida para a criação do céu e da terra, tendo na composição os anjos anunciadores.

E fez-se a luz!

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O paraíso

O segundo setor, Jardim do Éden, veio com a segunda alegoria da escola. Representando a criação do jardim das delícias e a tentação de Eva, resultando na expulsão dos primeiros seres humanos do paraíso.

À frente da bateria, os passistas deram vida com muito samba no pé a Adão e Eva. A rainha Lidiane Castelan vestia a beleza da criação no paraíso, interagindo o tempo todo com o público. Mestre Rony Rodrigues conduziu os rimistas da bateria que trajavam as riquezas do rio Fison.

Na formação da bateria, a ala de cuícas veio à frente. Entre os componentes, Josi Ramos, que já foi integrante dos tamborins e aprendeu a tocar cuíca com o pai.

"Os dois instrumentos são bem diferentes um do outro. O tamborim exige muita dedicação por conta dos desenhos do samba ao longo da avenida, já a cuíca, apesar de ser um ritmo só, exige muita coordenação motora. Os dois instrumentos são muito especiais", contou a ritmista.

Encerrando o desfile, o carro alegórico "Arca da sobrevivência" simbolizava o mandamento de Deus para Noé, trazendo a famosa arca que abrigou todas as espécies de animais, além da família de Noé, durante o dilúvio.

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