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Protocolo de Atendimento Familiar otimiza trabalho da Assistência Social

Publicada em 12/08/2022, às 18h15 | Atualizada em 12/08/2022, às 18h48

Por Rosa Blackman (rosa.adrianaeira$4h064+pref.vitoria.es.gov.br), com edição de Andreza Lopes


  • Erradicação da pobreza
  • Redução das desigualdades

Foto Divulgação
Equipe do Cras de São Pedro
Equipe do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de São Pedro. (ampliar)

Mudanças são sempre processos que envolvem muitas variáveis e geram grandes expectativas. Em alguns casos superam as expectativas, como a implantação do Protocolo de Atendimento Familiar nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) de Vitória. Não só pela ampliação do número de atendimentos realizados, mas pela satisfação das equipes pela melhoria da qualidade do serviço prestado.

Um exemplo é a equipe do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) São Pedro II, que engloba os bairros de Conquista, Nova Palestina e Resistência. "A partir o Protocolo, mudou tudo. Esta mudança foi positiva tanto para a equipe técnica quanto para o munícipe", afirma a assistente social Solange Correa Augusto Valentim.

Ela conta que o cidadão ganhou um atendimento mais qualificado, mais acolhedor, mais informativo. "Não precisa mais esperar por um agendamento, mas, caso necessite, já é orientado sobre os documentos necessários e quais benefícios pode ter acesso", explica.

A assistente social fez questão de afirmar que, como profissional, também houve um ganho. "Estamos prestando um atendimento de melhor qualidade. Todo mundo saiu ganhando. Estou muito feliz. O atendimento está muito mais qualificado e a escuta mais acolhedora", garantiu ela.

A satisfação da técnica do Cras São Pedro II foi sentida pela coordenadora do equipamento, Kamilla de Souza Marques, que credita ao empenho da equipe o sucesso da implantação do Protocolo na sua unidade.

"Estamos com muito mais trabalho, mas é muito gratificante. Todo munícipe que chega no Cras não para na recepção. Ele chega e já tem o momento de ser acolhido e ouvido por um técnico especializado (que pode ser um assistente social ou psicólogo)", contou a coordenadora.

"Estamos ofertando uma escuta ainda mais qualificada. Esses profissionais estão ainda mais atentos às demandas que vão além do motivo que levou aquele cidadão ao Cras. A maior demanda que aparece é para atualizar o CadÚnico, mas nesse momento de acolhida é possível identificar outras violações de direitos. Há uma diferença na expectativa do munícipe, que na maioria das vezes quer só uma cesta básica ou atualizar o cadastro, quando na realidade ele precisa de muito mais", comentou a coordenadora, lembrando o caso de uma mãe que foi atualizar o CadÚnico, devido a desmembramento da família, quando foi observado que ela sofria com as consequências da violência doméstica.

Protocolo

A avaliação da equipe vem respaldada pelos números divulgados pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), nesta sexta-feira (12). O balanço do primeiro mês de execução do Protocolo de Atendimento Familiar nos Cras de Vitória, que promoveu uma reorganização dos atendimentos, mostra que quase dobrou o número de famílias acolhidas e a quantidade de atendimentos realizados pelas equipes.

Em junho deste ano, mês anterior à implantação do protocolo, foram cadastradas 652 novas famílias. De 11 de julho (data de implantação do protocolo) até esta quarta-feira (10), os serviços atingiram um total de 1.088 novas famílias acolhidas. Com a proposta de acolhida e atendimento de prontidão, definido no protocolo, totalizaram 4.691 famílias.

A quantidade de atendimentos particularizados feito às famílias também deu um salto, passando dos 2.704 atendimentos (junho) para 5.338 (julho). Se você está se perguntando, como assim? A gerente de Atenção à Família da Semas, Cremilda Astorga, explica: "O protocolo de atendimento promoveu a reorganização dos atendimentos nos 12 Cras de Vitória, trazendo parâmetros de atendimento municipal, democratizando o atendimento e criando uma oferta estratégica de política pública respeitando as particularidades dos territórios sob uma metodologia de trabalho social com famílias", conta.

Segundo Cremilda, a organização das agendas e carga horária distinta pelas três equipes que compõem o Cras: Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), CadÚnico e Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), proporcionou uma melhor distribuição das ações essenciais aos serviços como acolhida, atendimento particularizado, busca ativa, visita domiciliar, ação comunitária, oficina com famílias, grupos, dentre outros.

A gerente de Atenção à Família explicou ainda que o protocolo foi elaborado, também, para alinhar informações já presentes na Política Nacional de Assistência Social (PNAS), qualificar o Trabalho Social com Famílias do município, priorizando o atendimento coletivo.

"Após o acolhimento à família é realizado um levantamento situacional, que melhor a direciona para a ação mais estratégica e de seu interesse dentro do Cras. O protocolo é um aprimoramento do atendimento já realizado. Estamos qualificando ainda mais nosso trabalho, levando em consideração tudo o que preconiza as legislações da Assistência Social e as vivências das equipes até aqui", ressalta Cremilda Astorga.

Desde o dia 11 de julho, o protocolo de atendimento passou a direcionar, também, o trabalho das equipes para oficinas com famílias ou grupos, com eixos norteadores, como acesso a direitos, convivência familiar, territórios de vivências, protagonismo e participação social.

A subsecretária de Proteção Social Básica e Segurança Alimentar e Nutricional, Graziella Lorentz, destacou que o Protocolo busca focalizar e priorizar o público com maior situação de vulnerabilidade do município.

"O protocolo amplia o acesso das famílias ao serviço Paif e todos os programas da rede Suas. As oficinas com famílias buscam ser a atenção intermediária até que seja avaliada uma atenção mais intensificada pelo acompanhamento Paif", reforçou Graziella.

Cintya Schulz, secretária de Assistência Social de Vitória, ressalta que o protocolo é um importante instrumento, construído a partir de reuniões da equipe da gestão e com coordenadores dos Cras, grupos de estudos com as equipes, formações e planejamento, além de estudos dos documentos oficiais da Política Nacional de Assistência Social. "Apostamos no Protocolo dos Cras como importante instrumento de fortalecimento do Sistema Único de Assistência Social em Vitória", complementou Cintya.


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